Delator liga presidente do DEM ao esquema de Arruda

(Foto: Saulo Cruz/Agência Câmara) Após perder o comando do Distrito Federal e ver o então governador José Roberto Arruda ficar preso sob a acusação de envolvimento em um esquema de […]

(Foto: Saulo Cruz/Agência Câmara)

Após perder o comando do Distrito Federal e ver o então governador José Roberto Arruda ficar preso sob a acusação de envolvimento em um esquema de distribuição de propina, o DEM se volta a novo escândalo, desta vez com o presidente da legenda, deputado federal Rodrigo Maia (RJ).

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Durval Barbosa, o delator do “Mensalão do DEM” confirmou que Maia estaria ligado ao esquema de Arruda. “O acerto do Rodrigo era direto com o Arruda”, disse Durval Barbosa ao jornal, que ainda destaca a nova fase em que se encontram as investigações da Operação Caixa de Pandora, divulgada em novembro pela Polícia Federal.

Barbosa, que era secretário de Relações Institucionais do governo Arruda, disse ainda, segundo a reportagem, que o PMDB também recebia pagamentos e que no total outros “60 vão ser presos”.

O DEM, em nota, nega as acusações. Em carta assinada, quatro caciques da legenda reputam uma “absoluta e inabalável confiança na correição” de Maia.  Eles também manifestam “estranheza com a forma com que o referido sujeito busca notoriedade – e encontra –, se valendo da condição de criminoso protegido pelo regime de delação premiada para tentar enlamear pessoas que têm o respeito de todos justamente por sua reputação ilibada.”

A notícia do vínculo entre Maia e Arruda também pode respingar na pré-candidatura de José Serra (PSDB). O ex-governador de São Paulo foi a estrela do programa partidário eleitoral do DEM na TV na quinta-feira (27). Após ser ultrapassado em intenção de votos, segundo pesquisas eleitorais de dois institutos de pesquisa pela pré-candidata Dilma Rousseff (PT), Serra e a cúpula tucana queriam toda exposição possível.

Com mais essa denúncia contra o DEM e sem a liderança nas pesquisas, Serra passa a ter de conviver com mais pressão, o que tende a levá-lo a cometer mais erros. Um exemplo foi classificar como “cúmplice do narcotráfico” o governo boliviano. Em um comunicado, o governo do país vizinho classificou a opinião de Serra como “pouco cuidadosa”.

Para o líder do PT na Câmara, Fernando Ferro, “Arruda, que era cotado para ser o vice-presidente na chapa do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, não agiu sozinho e à revelia do partido ao qual pertencia. Tudo isso fazia parte de uma mobilização da cúpula do DEM”, disse.