Delator liga presidente do DEM ao esquema de Arruda
(Foto: Saulo Cruz/Agência Câmara) Após perder o comando do Distrito Federal e ver o então governador José Roberto Arruda ficar preso sob a acusação de envolvimento em um esquema de […]
Publicado 28/05/2010 - 17h05
Após perder o comando do Distrito Federal e ver o então governador José Roberto Arruda ficar preso sob a acusação de envolvimento em um esquema de distribuição de propina, o DEM se volta a novo escândalo, desta vez com o presidente da legenda, deputado federal Rodrigo Maia (RJ).
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, Durval Barbosa, o delator do “Mensalão do DEM” confirmou que Maia estaria ligado ao esquema de Arruda. “O acerto do Rodrigo era direto com o Arruda”, disse Durval Barbosa ao jornal, que ainda destaca a nova fase em que se encontram as investigações da Operação Caixa de Pandora, divulgada em novembro pela Polícia Federal.
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Barbosa, que era secretário de Relações Institucionais do governo Arruda, disse ainda, segundo a reportagem, que o PMDB também recebia pagamentos e que no total outros “60 vão ser presos”.
O DEM, em nota, nega as acusações. Em carta assinada, quatro caciques da legenda reputam uma “absoluta e inabalável confiança na correição” de Maia. Eles também manifestam “estranheza com a forma com que o referido sujeito busca notoriedade – e encontra –, se valendo da condição de criminoso protegido pelo regime de delação premiada para tentar enlamear pessoas que têm o respeito de todos justamente por sua reputação ilibada.”
A notícia do vínculo entre Maia e Arruda também pode respingar na pré-candidatura de José Serra (PSDB). O ex-governador de São Paulo foi a estrela do programa partidário eleitoral do DEM na TV na quinta-feira (27). Após ser ultrapassado em intenção de votos, segundo pesquisas eleitorais de dois institutos de pesquisa pela pré-candidata Dilma Rousseff (PT), Serra e a cúpula tucana queriam toda exposição possível.
Com mais essa denúncia contra o DEM e sem a liderança nas pesquisas, Serra passa a ter de conviver com mais pressão, o que tende a levá-lo a cometer mais erros. Um exemplo foi classificar como “cúmplice do narcotráfico” o governo boliviano. Em um comunicado, o governo do país vizinho classificou a opinião de Serra como “pouco cuidadosa”.
Para o líder do PT na Câmara, Fernando Ferro, “Arruda, que era cotado para ser o vice-presidente na chapa do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, não agiu sozinho e à revelia do partido ao qual pertencia. Tudo isso fazia parte de uma mobilização da cúpula do DEM”, disse.