Diário, está ótimo aqui no Guarujá. Tô mais feliz que mosca em tampa de xarope. Fico só andando de jetisqui e curtindo. Eu sei que tem uma guerra aí e que a pandemia ainda mata uns 700 por dia, mas isso é problema meu? Claro que não! Meu problema é decorar a letra das músicas que o pessoal dos iates canta aqui na praia.

E digo mais: só volto pro trabalho depois do carnaval. Hoje, por exemplo: é segunda-feira, dia útil. Mas eu vou me incomodar? Vou ficar todo tenso? Nem a unha do dedinho do pé. Quero ensinar o povo a desestressar. Carnaval é tempo de festa, tem que aproveitar, pô!

O pessoal da esquerda, quando me vê assim de folga, fica todo nervosinho. Mas nem ligo. Tô mais à vontade que peido em bombacha. Mais feliz que cachorro com dois rabos.

Eu sei que os workolicomunistas vão me chamar de preguiçoso e que a rechitégui #BolsonaroVagabundo está nos trendim tópiques. Mas isso é coisa da esquerda. Os meus fãs não ligam pra isso. Eles querem é ser que nem eu. Esse mimimi é mais inútil que cinzeiro de moto.

Mamata Ghandi

Os chatonildos ficam dizendo que eu trabalho em média só 3h10 por dia. Pô, mas eu conquistei esse direito, talkei? Quando me candidatei a presidente, todo mundo sabia que em 28 anos como deputado eu só emplaquei dois projetos de lei. Não enganei ninguém. Minha consciência tá tranquila. Tô totalmente em paz. O pessoal até anda me chamando de Mamata Ghandi.

No final das contas, Diário, as pessoas querem é um presidente feliz, não um nervosinho que não para de trabalhar. Quem pensa que o povo quer um desses caras que trabalham sábado, domingo e feriado (tipo cronista de feicebuque) tá mais por fora que quarto de empregada.

O povo precisa é de um exemplo, de uma meta. E isso aí sou eu. Trabalho pouco, ganho muito e ainda tenho um monte de camisa de futebol. Sou o ideal do brasileiro, tá me entendendo?

Abaixo o Partido dos Trabalhadores!

Viva o Partido dos Folgados!

#diariodobolso