Morte por asfixia: os manauaras estão morrendo como os crucificados
Ao contribuir com a morte por asfixia em Manaus, a identificação tão desejada por Bolsonaro com a fé cristã aparece: ele é a reedição de Pôncio Pilatos
Publicado 16/01/2021 - 16h19
Os hospitais de Manaus ficaram sem oxigênio. Internados morreram por asfixia!
Sabe, a morte por cruz era morte por asfixia com retoques de tortura.
O crucificado tinha as mãos e os pés cravados na cruz por grandes pregos. Para respirar, ora ele sustentava o peso do corpo nas mãos, que, então, eram rasgadas pelos cravos, enquanto sustentavam a possibilidade da respiração, isto é, não permitiam o fechamento do diafragma… ora sustentava o peso do corpo nos pés, que, então, eram rasgados pelos pregos, enquanto impediam o fechamento do diafragma. Quando os condenados não aguentavam mais de tanta dor, cediam, paravam de lutar e o seu diafragma fechava, e morriam por asfixia.
Os manauaras estão morrendo como os que eram crucificados… por asfixia.
Os hospitais de Manaus pediram para que os hospitais recebam os bebês prematuros porque não há oxigênio para eles!
O que está acontecendo em Manaus tem de deixar todos nós, brasileiros e brasileiras, sem respirar até que eliminemos as causas, para que esta tragédia nunca mais volte a acontecer.
O que está acontecendo em Manaus deixou o Brasil sem o oxigênio da civilidade. É um retrocesso grave e crítico no processo civilizatório. O que está acontecendo em Manaus tem de derrubar todos os governos envolvidos, a começar pelo federal.
Bolsonaro se identifica com os que crucificaram a Cristo e a crucificação era morte por asfixia. Finalmente, a identificação tão desejada pelo presidente com a fé cristã aparece: ele é a reedição de Pôncio Pilatos, aquele que, em nome dos interesses do império, crucificava o povo.
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