compromisso com a ciência

Aprovação das vacinas é vitória da ciência na proteção da vida

Reitores das universidades estaduais paulistas, em vista da aprovação do uso emergencial das vacinas, exaltam a vitória da ciência na proteção da vida contra a covid-19

Pixabay
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Vacinas funcionam contra a variante delta. Entretanto, medidas como isolamento social e uso de máscaras seguem necessários

O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), tendo em vista a aprovação do uso emergencial das vacinas CoronaVac (Sinovac/Instituto Butantan) e ChAdOx1 (AztraZeneca/Fiocruz), vem a público exaltar a vitória da ciência na proteção da vida. Os resultados disponíveis atestam que ambas as vacinas determinam proteção relevante contra formas moderadas a graves da covid-19 e imunogenicidade suficiente para desacelerar a transmissão e assim conter o avanço da pandemia.

Além disso, as vacinas se mostraram seguras, sendo os efeitos colaterais raros e sem gravidade. Por fim, a viabilidade de sua manutenção em temperaturas de 2ºC a 8oC favorece a logística de distribuição, permitindo a vacinação de populações nas mais remotas áreas do Brasil. A pesquisa, realizada por centenas de cientistas no interior das universidades e institutos de pesquisa públicos, apresentou caminho sólido como resposta à pior emergência em saúde pública relatada em mais de um século.

A disponibilidade de vacinas é, entretanto, apenas o primeiro passo. Há ainda um grande caminho a percorrer. Além das questões fundamentais relacionadas à própria disponibilidade da vacina e de seringas, da logística de distribuição e da organização dos grupos prioritários, é necessária grande adesão à vacinação, de forma a obter uma imunização populacional. Somente com um número considerável de pessoas vacinadas a circulação do novo coronavírus poderá ser interrompida, assegurando proteção à população como um todo.

Vacinar-se não é somente um ato de cuidado com a própria saúde, mas um dever sanitário para com todas e todos.

Até que seja assegurada a proteção populacional, reafirmamos a necessidade de medidas sanitárias para conter a disseminação da covid-19, incluindo a restrição de mobilidade e aglomerações, a higiene das mãos e o uso de máscaras. Estas medidas encontram suporte em resultados de robustos estudos científicos e são necessárias durante a pandemia, e mesmo após a vacinação.

Nas manifestações de sua Diretoria Colegiada, a Anvisa pontuou outro posicionamento histórico, afirmando de modo claro e inquestionável que não existe ainda terapia comprovadamente eficaz contra a covid-19. Mais que um detalhe, esse é um marco regulatório e jurídico, que traz à luz aspectos extensamente divulgados por pesquisadores. Curas fantasiosas propagadas para reforço de posições político-ideológicas e negacionistas foram publicamente desmentidas pela agência reguladora de medicamentos do país.

As universidades estaduais paulistas, palco de vários estudos que identificaram e apontaram direções para o enfrentamento da pandemia, reiteram seu compromisso com a ciência, pilar da democracia e do desenvolvimento humano. Assim, USP, Unesp e Unicamp, que por meio de suas unidades de assistência à saúde, integrantes do SUS, têm atuado incansavelmente na assistência às vítimas da COVID-19, mais uma vez, põem à disposição os seus hospitais para essa nova e urgente empreitada, a vacinação.

* Pasqual Barretti é reitor da Unesp e está na presidência do Cruesp; Marcelo Knobel é reitor da Unicamp; e Vahan Agopyan é reitor da USP