Começou o ataque do Millenium

A revista Veja, de 6 de março, traz na capa a manchete “Caiu a casa do tesoureiro do PT” e anuncia a revelação de um escândalo que desviou dezenas de […]

A revista Veja, de 6 de março, traz na capa a manchete “Caiu a casa do tesoureiro do PT” e anuncia a revelação de um escândalo que desviou dezenas de milhões de reais que teria abastecido o caixa 2 da campanha de Lula em 2002.  Em material de divulgação na internet, a Editora Abril diz que a revista traz com exclusividade “um dos maiores escândalos político-eleitoreiros dos últimos tempos”. Porém, não há na matéria qualquer revelação ou mesmo exclusividade, pois a Bancoop é saco de pancada da Bandnews, Estadão  e IstoÉ há longos quatro anos.

 A abordagem tão grosseira e analfabeta da Veja só acontece porque não há no país um controle social da imprensa e uma legislação que permita, no mínimo, o direito de resposta. Ou, ao menos que imponha à revista que ouça os criticados, o que para Veja é uma veleidade, pois toda a matéria foi produzida sem que em qualquer momento a Bancoop fosse ouvida.

Ou seja, Veja se dá o direito de esculhambar porque está segura da impunidade. Em qualquer outra circunstância, certamente a reportagem lhe renderia um milionário processo por injúria e difamação, além de obrigá-la a publicar um direito de resposta do mesmo tamanho que a ofensa.

Na verdade, Veja dá o primeiro passo das diretrizes definidas no seminário do Instituto Millenium, realizado em 1º de março, onde um núcleo estratégico dos barões da mídia brasileira se alinharam com o tucano José Serra e articularam linhas mestras de ataques pesados à candidatura Dilma.

A tática funciona assim: um veículo esquenta o assunto, independentemente da verdade dos fatos, outros jornais o acompanham e os articulistas ampliam o ataque. Vamos ver quando Arnaldo Jabor vai dar o assunto e a CBN irá dizer que se trata de “uma singela dose de polêmica de um cineasta maluco.”

Que a Bancoop passou por uma crise isso é de conhecimento público, fartamente noticiado pelos jornais. Veja não se deu ao serviço de ler o clipping de noticiários anteriores. E se existe um caso que passou por todas as instâncias de auditoria e fiscalização, é o da Bancoop, seja no Ministério Público, nos tribunal de contas e nas fiscalizações internas.

Problemas internos de uma cooperativa foram transformados em bandeira política  e agora são agitadas  – tendo a capa de Veja como o primeiro movimento – justamente quando é aprovada uma CPI do Banespa na Câmara dos Deputados, que poderá fazer um enorme ajuste de contas com as privatarias do governo FHC, tendo como José Serra o ministro do Planejamento. A comprovação de que a liberação de R$ 4 bilhões (hoje R$ 14 bi) de títulos do Tesouro Federal como doação ao Santander pode por muitas autoridades na cadeia.

Conhecendo como funciona a imprensa golpista, outros jornais e televisões destacarão o assunto, dentro da lógica da ‘infestação em cadeia’. A liberdade de imprensa permite que todos os veículos de comunicação tenham o direito de se posicionar a favor de qualquer candidatura. Mas o que Veja faz é mentir, distorcer e propagar articulações claramente eleiçoreiras como se fossem informações e está em curso uma grande articulação para atacar a candidatura de Dilma.

Está na hora dos leitores e assinantes de Veja acordarem e se defenderem de tanta mentira.

Atualizado às 9h30