Para ex-prefeito de BH, IstoÉ ‘mistura alhos com bugalhos’ para atingir Dilma

Atualizado nesta segunda (1º): vale conferir o Blog do jornalista Luís Nassif que fala sobre a notícia publicada pela IstoÉ e a cobertura da mídia. A revista IstoÉ publica, nesta […]

Atualizado nesta segunda (1º): vale conferir o Blog do jornalista Luís Nassif que fala sobre a notícia publicada pela IstoÉ e a cobertura da mídia.

A revista IstoÉ publica, nesta sexta-feira (26), reportagem de capa em que destaca partes do processo que investiga o Mensalão do PT no Supremo Tribunal Federal (STF). A publicação afirma que há novos testemunhos e documentos obtidos por procuradores e juízes que colocariam outras personagens entre os réus do caso, além dos 40 indicados no STF.

Não há casos relatados que não tenham sido objeto de reportagens de 2005 a 2006. Porém, a revista assegura que constam 50 depoimentos inéditos com detalhes que tornariam difícil uma defesa plausível dos acusados.

Entre os citados está Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte (MG) e coordenador da campanha presidencial de Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil. Ele estaria envolvido no envio de US$ 80 milhões para os Estados Unidos, destinados a pagar o publicitário Duda Mendonça. A trama envolve, segundo o empresário Glauco Diniz Duarte e o contador Alexandre Vianna de Aguilar, da Câmara de Dirigentes Logistas da capital mineira.

Pimentel já se manifestou. Em nota, ele sustenta que a IstoÉ “mistura alhos com bugalhos para tentar atingir a campanha de Dilma”. Sustenta que o convênio de sua gestão com a Câmara de Lojistas “nunca foi alvo de ação da justiça”. “Para incluir o meu nome em sua reportagem, a IstoÉ lançou mão de uma coincidência: o diretor financeiro da CDI à época do convênio para a instalação de câmeras mais tarde foi identificado como doleiro supostamente envolvido com o chamado mensalão”, defendeu-se.

A revista faz ainda menções a “dívidas históricas” do Fórum Social Mundial, evento que defende alternativas a políticas neoliberais. O ex-presidente do PT-RS, David Stival, revelou à Justiça ter recebido em 2002 R$ 1 milhão de Delúbio Soares, tesoureiro do PT até 2005, em dinheiro vivo. Como era dinheiro de caixa 2, diz a publicação, o recurso não pôde ser usado para custear despesas de campanha, e acabou sendo usado para outras despesas não contabilizadas do FSM.

O extingo blog gaúcho Nova Corja repercutiu, em 2005, acusações a respeito, incluindo suspeitas de caixa 2 na campanha derrotada de Raul Pont à prefeitura de Porto Alegre (RS) em 2004. Também havia suspeitas de recursos do mensalão para pagar despesas do encontro altermundista. Ao discutir uma campanha de doações promovida pela organização do Fórum, Rodrigo Alvares chegou a escrever: “Chama o Marcos Valério“.

O caso é apontado como exemplo de que o esquema não usou apenas os recursos movimentados por Delúbio Soares para custear campanhas eleitorais. A versão do ex-tesoureiro petista era de que tudo era voltado a caixa 2.

Visa Net

Outro ponto destacado pela reportagem é a origem dos recursos do Mensalão do PT. Durante a CPMI dos Correios, o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB-PR) havia conseguido indícios de uma campanha de publicidade paga pela Visa Net à DNA Propaganda que nunca foi veiculada. O inquérito obtido pela IstoÉ traz depoimento da jornalista Danevita Ferreira de Magalhães, que trabalhava no Núcleo de Mídia do Banco do Brasil, acionista da empresa. O órgão era responsável por coordenar as campanhas publicitárias.

O então diretor de marketing, Henrique Pizzolato, teria dado instruções que permitiram que R$ 60 milhões fossem pagos em uma campanha-fantasma. Outros R$ 37,6 milhões de “bônus de volume” teriam deixado de ser devolvidos pela DNA em outras campanhas.

Há ainda dados sobre o conhecimento ou não do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o esquema e a respeito de notas frias que teriam sido usadas pelo PTB como forma de lavar dinheiro não contabilizado.