E a culpa era do broto…

A partir deste sábado (11) vou voltar a comer tranquilamente meus tomates, pepinos e alfaces. A culpa era do broto de feijão, ou de soja, disseram as autoridades alemãs, inclusive […]

A partir deste sábado (11) vou voltar a comer tranquilamente meus tomates, pepinos e alfaces. A culpa era do broto de feijão, ou de soja, disseram as autoridades alemãs, inclusive do renomado Instituto Robert Koch, de Berlim, epicentro da luta científica contra o surto de Escherichia Coli.

31 pessoas já morreram, sendo uma na Suécia e as outras na Alemanha, em decorrencia de uma síndrome homolítico-urêmica, que danifica os rins e o cérebro, além de atacar os glóbulos vermelhos, uma das sequelas dessa subespécie da bactéria.

Foram encontradas provas cocnludentes, segundo as mesmas autoridades, de que a fonte primária das bactérias, que depois iam contaminando tudo e inclusive sendo transmitidas de humano para humano, eram esses brotos cultivados numa determinada – e numa só – fazenda de produtos orgânicos.

Os danos, como já mencionei aqui no blog foram imensos: além das mortes e dos milhares de infectados, houve danos econômicos e morais de monta. Primeiro apontaram-se pepinos espanhóis como culpados. A exportação desse produto da Espanha parou. Depois eles foram inocentados, e hoje o governo alemão se comprometeu com uma campanha de reabilitação do pepino. A Rússia deixou de importar produtos agrícolas europeus, os consumidores alemães pararam de comprar esses produtos, bilhões de euros foram para o espaço.

Houvde crises políticas, com críticas ao Ministério da Saúde no Parlamento, acusações de leviandade à mídia, ou o contrário, de falta de informações. O fato é que todo mundo ficou bastante perplexo diante do que estava acontecendo, coisa “de terceiro mundo”.

Agora respira-se melhor. Mas ainda há muito por esclarecer.

1) O tipo da bactéria é muito raro, e parece ser o cruzamento de duas outras subespécies, no que um pesquisador chamou de “sexo primitivo”. Como ela surgiu? Como a escherichia coli é usada em diversas pesquisas de laboratório, não pode ser descartada a hipótese de que ela tenha sido criada num deles e depois tenha “vazado”.

2) Como a bactéria foi parar naquela fazenda? Exames feitos em espécimes colhidos depois que a bactéria foi identificada como presente nos brotos lá produzidos e consumidos não mostraram sua presença. Ou seja, ela foi introduzida lá por algum tempo, e depois sumiu. Por quê? Como? Quando?

3) Que procedimentos foram feitos, ou não o foram, de modo a permitir a contaminação e a transmissão? Um banho de vinte minutos numa solução esterilizante elimina todas as bactérias, inclusive essa. Entretanto ela percorreu cadeias alimentares, de casas particulares a restaurantes, numa velocidade espantosa.

4) Normalmente, as outras subespécies perigosas da escheirichia coli (há as que não o são) atacam sobretudo crianças. Essa não: ataca sobretudo mulheres adultas. Por quê? Chegou-se a aventar a possibilidade de que isso ocorra porque mulheres têm mais tendência a serem consumidoras de produtos orgânicos, vegetais crus, etc. Ou seja, se alimentam de modo mais saudável. Mas o fato é que ainda não se sabe.

5) Por fim, se deu nos brotos de modo ainda não explicado, isso signiifica que ela pode dar em outros produtos, até que se encontre a explicação definitiva.

Ou seja, vou voltar a comer tomates, alfaces e pepinos. Mas não tão tranquilamente quanto eu pensava. Outro problema: procurei nas farmácias esteriliazantes de água, legumes e verduras, como o Milton. Não encontrei. Numa tive a informação de que ela poderia encomendar um produto desses, mas não sabia em quanto tempo ele chegaria, o que significa, conclui, que ele seria importado.

Resultado: como vou ao Brasil em breve, vou trazer Milton daí.