Tucanos longe dos trabalhadores no 1º de Maio

Nas duas maiores festas do 1º de Maio em São Paulo, uma da CUT e outra da Força Sindical (com quatro outras centrais), estiveram presentes o novo ministro do Trabalho, […]

Nas duas maiores festas do 1º de Maio em São Paulo, uma da CUT e outra da Força Sindical (com quatro outras centrais), estiveram presentes o novo ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT), o ministro Gilberto Carvalho (PT), o presidente da Câmara, Marco Maia (PT), os pré-candidatos a prefeito Fernando Haddad (PT), Netinho de Paula (PCdoB) e Celso Russomano (PRB), e até o prefeito Gilberto Kassab (PSD) – uns deles em ambas.

O governador Geraldo Alckmin, que discursou no ano passado e recebeu vaias, este ano enviou uma nota dizendo-se gripado. O pré-candidato tucano José Serra havia anunciado que iria ao evento da Força, mas não apareceu. O senador tucano Aécio Neves, cuja presença era anunciada no noticiário da velha imprensa como “atração”, também não deu ar da graça.

Havia expectativa do tucanato em atrair a Força Sindical para a oposição ao governo Dilma. Com a nomeação de Brizola Neto para o ministério do Trabalho, esse movimento foi esvaziado, já que o presidente da central, deputado Paulinho (PDT) apoia o novo ministro de seu partido.

Nesse contexto, e com a popularidade da Presidenta Dilma em alta, inclusive agora que está atendendo a pauta dos trabalhadores para atacar os juros altos cobrados pelos bancos, o que restaria aos tucanos, se comparecessem com seus discursos? As vaias.

E FHC nas Arábias…

Enquanto isso, o ex-presidente Fernando Henrique passou o feriado do Dia do Trabalho em Paris. Ele está na capital francesa desde quinta-feira, 26, depois de passar uma semana no Qatar e nos Emirados Árabes, onde teve encontros com investidores e autoridades locais, organizados pelo Itaú Unibanco. Antes de partir para Paris, ele concedeu entrevista à Folha de S. Paulo divulgada nesta quarta-feira (2) no caderno Mercado.

A entrevista foi dada no hotel Jumeirah at Etihad Towers, onde se hospedou em Abu Dhabi.Tudo pago pelo Itaú

No texto, o que mais chama atenção é a ousadia do ex-presidente que, mesmo viajando a convite de donos de bancos, tem a coragem de tentar criticar o governo pela decisão de derrubar as taxas de juros. “Hoje me perguntaram se o governo não está derrapando, forçando a taxa de juros baixar, com protecionismo aqui e ali”, afirmou FHC, provando que não existe mesmo almoço de graça.

Nem os bancos, que o escalaram para a viagem, esperam receber o pagamento do banquete de forma tão rápida…Pois é, mas além de incluir na pauta da entrevista o assunto dos juros — que ele deveria se declarar impedido de comentar —  o ex-presidente cometeu outras impropriedades. Exemplo: sem qualquer fato objetivo que possa comprovar o que diz, afirmou que a corrupção cresceu em relação ao governo dele.

Ele reclamou da falta de planejamento de longo prazo no Brasil, como se essa afirmação não conspirasse contra sua falta de ação política. E ainda fala em sua “experiência” com as CPIs. Que experiência e com quais CPIs? Ninguém sabe, ninguém viu…