Legado

Trabalho de Bruno Pereira poderá ser base de plano de segurança do governo federal

Bruno Pereira foi assassinado por conta de seu trabalho na proteção dos indígenas. Agora, o governo Lula está preocupado em considerar o legado de Bruno nos projetos para os povos indígenas e o meio ambiente

Bruno Jorge/Ibama
Bruno Jorge/Ibama
O especialista protetor dos territórios e do meio ambiente estava em missão na região para denunciar crimes. Então, ele foi assassinado por isso

São Paulo – O indigenista Bruno Pereira deixou um plano de trabalho para garantir a segurança dos povos originários no Vale do Javari, na região amazônica. Agora, estes dados podem embasar um programa de segurança do governo federal. O especialista protetor dos territórios e do meio ambiente estava em missão na região para denunciar crimes. Ele foi assassinado por isso em junho de 2022, ao lado de seu companheiro de trabalho, o jornalista Dom Phillips, do The Guardian.

De acordo com lideranças indígenas, as autoridades ainda não esclareceram todas as circunstâncias do assassinato. Contudo, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende dar atenção ao legado de Bruno Pereira. “Certamente, a política e a diretriz do governo, de dar centralidade nesse debate de segurança pública vai nos aproximar, porque os problemas são os mesmos”, afirmou o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar.

Referência

Trata-se de uma retomada na política de proteção ambiental e dos povos originários. Alencar lembra que, nos últimos quatro anos, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), as estruturas de proteção foram desfeitas. “Isso era uma tônica do governo anterior, de fragmentar a ação dos órgãos ambientais, por exemplo, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) que, ao invés de proteger aqueles que defendem a causa indígena, viravam objeto de perseguição. Então, a gente está iniciando um tempo novo”, disse.

Agora, inclusive, Alencar vê a possibilidade de tornar a Amazônia como uma referência para políticas de segurança pública. “O nosso foco na secretaria é o crime organizado. Aqui na Amazônia há essa sobreposição de criminalidades que eu acho que é, vamos dizer assim, um piloto robusto daquilo que a gente pretende fazer no Brasil”, completou em discurso, durante evento realizado ontem (27) pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

Com informações da Agência Brasil