Mobilização

Juventude do MST realiza protesto contra crime ambiental da Braskem

Ação na manhã desta segunda “devolve” escombros das casas atingidas ao prefeito João Henrique Caldas (PSB) pedindo mais atenção ao problema, considerado o maior crime ambiental do mundo em área urbana

Angelo Amorim
Angelo Amorim
Jovens “devolveram” à prefeitura pedras dos escombros das edificações da área atingida

São Paulo – A juventude do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou na manhã desta segunda-feira (6) protesto na porta da prefeitura de Maceió contra o descaso da gestão municipal em relação ao crime ambiental da petroquímica Braskem, cuja exploração subterrânea de sal-gema provocou o afundamento de quatro bairros na capital alagoana.

No protesto, os jovens “devolveram” à prefeitura pedras dos escombros das edificações da área atingida, exigindo maior atenção da gestão comandada pelo prefeito João Henrique Caldas (PSB), conhecido como JHC. Em 2018, nesses bairros foram afetados por tremores que ocasionaram grandes rachaduras nas moradias e afundamento de solo. Desde então, cerca de 50 mil pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas. “Quatro bairros foram completamente destruídos e o prefeito ainda quer viver de postagem bonita nas redes sociais! O PREFEITO INSTAGRAMÁVEL ESTÁ DEIXANDO A CIDADE AFUNDAR!”, afirmaram os jovens do MST, em nota de protesto.

A ação integra a 13ª Jornada Nacional da Juventude Sem Terra que, pela passagem do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado ontem (5), realiza em todo o país ações de luta e denúncia dos crimes ambientais.

Um grupo de pessoas atingidas pelo crime ambiental tenta tramitar o caso na justiça da Holanda – a empresa tem uma subsidiária holandesa. Em setembro deste ano, segundo informou a agência Reuters, haverá uma audiência para decidir se o caso será acolhido pela justiça do país europeu.

Em janeiro deste ano, a empresa anunciou a demolição de casas para estabilização e drenagem da encosta do Mutange, uma das áreas atingidas. A obra faz parte do Termo de Acordo Socioambiental firmado em dezembro de 2020 entre o Ministério Público Federal e a empresa, com participação do Ministério Público Estadual.

Leia mais: Afundamento do solo feito pela Braskem tira de casa 20 mil moradores de Maceió


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