OLHO NO FUTURO

Cientistas da ONU preparam relatório sobre mudanças climáticas

Novo estudo é elaborado em meio a uma série de catástrofes ambientais, como enchentes em países da Europa

Team Luftwaffe
Team Luftwaffe
Nas últimas semanas, enchentes mataram pelo menos 160 pessoas na Europa, principalmente na Alemanha e Bélgica

São Paulo – Cientistas e especialistas de quase 200 países estão reunidos no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), desde a última segunda-feira (26), para preparar o novo relatório sobre o clima da Organização das Nações Unidas (ONU). O texto será publicado em 9 de agosto e servirá como parâmetro para que países elaborem políticas ambientais em prol de todo o planeta.

O novo estudo será elaborado em meio a uma série de catástrofes ambientais, como as enchentes em países da Europa e a forte seca enfrentada em regiões da América do Sul. De acordo com o professor do Departamento de Geografia da USP, Wagner Ribeiro, o objetivo da reunião é averiguar o quanto o mundo está mobilizado diante das mudanças climáticas e qual a participação humana nesse processo.

“Os documentos anteriores apontavam um acirramento dos eventos extremos, que são aquelas chuvas acima da média, secas ou temperaturas intensas. A frequência em que esses eventos passam a ocorrer são indicadores de uma mudança climática de caráter amplo. A principal decorrência disso tudo é a alteração no nível de chuva, que mexe com abastecimento de cidades e produção agrícola e industrial”, explicou à jornalista Marilu Cabañas, no Jornal Brasil Atual.

Nas últimas semanas, o planeta registrou uma onda de calor sem precedentes no Canadá, incêndios no oeste dos Estados Unidos e chuvas torrenciais na China. Essas alterações haviam sido previstas nos relatórios anteriores sobre o clima, apresentados pelo IPCC.

O documento deve ter seus capítulos publicados ao longo dos meses até 2022. A parte que inclui os impactos deve mostrar que a vida na Terra mudará em até 30 anos. Para o professor da USP, é preciso pressionar os governos para que as políticas ambientais sejam aplicadas com urgência.

“Há cientistas ponderando sobre as questões sociais e econômicas e conceitos de transição ecológica, a economia verde”, apontou. “Estamos num impasse ético e político e a ciência precisa ajudar na sensibilização dos governos e das sociedades.”