Brasil registra recorde de covid-19 em 24 horas e passa de 90 mil mortos
País registra 1.664 mortos em 24 horas. Novos casos no período também batem recorde: 72.377
Publicado 29/07/2020 - 18h47
São Paulo – A pandemia de covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, segue cada vez mais letal no Brasil. Nas últimas 24 horas foram registradas 1.664 mortes, número mais alto desde o início do surto, em março. Já são 90.134 vidas perdidas. As informações são do Conass, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde e foram divulgadas no início da noite desta quarta (29).
O número de casos também tem um novo pico. No último período, foram registrados 72.377 novos doentes. Com o acréscimo, o país tem 2.553.265 infectados. A curva epidemiológica no Brasil segue em crescimento.
A curva de contágio da covid-19 nunca deixou de subir. Uma estabilidade – em números elevados – registrada no início do mês de julho, chamado de platô, foi utilizado pelo poder público como justificativa para suspender as já leves medidas de proteção e isolamento social. O resultado vai aparecendo nos dados atuais.
O Brasil tem oficialmente mais de mil mortos por dia há mais de um mês. Neste período, o país segue como epicentro da pandemia no mundo. Diferentemente de alguns países, que tiveram medidas intensivas de isolamento social e viram descer os números de infectados e mortos, o Brasil nunca adotou essa postura e, portanto, não teve a redução.
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Outro aspecto importante é a subnotificação da covid-19. O Brasil é um dos países que menos testa no mundo, em proporção per capta. Essa tendência tende a se intensificar, à medida que o vírus segue um trajeto para o interior. Longe dos grandes centros urbanos, a capacidade de medicina diagnóstica é ainda mais deficiente.
Sem expectativa
O Brasil é o segundo país mais afetado pelo vírus, atrás apenas dos Estados Unidos. Entretanto, enquanto os norte-americanos realizam cerca de 120 testes para cada positivo, este índice não chega a quatro testes para cada positivo no Brasil.
Já no cenário latino-americano, o Brasil desponta como o mais problemático. Enquanto 11 países somam pouco mais de 45 mil mortos, aqui são 90 mil, duas vezes mais.
Enquanto o governo Bolsonaro despreza a ciência, o Brasil está desde o dia 15 de maio sem ministro da Saúde. A pasta é comandada interinamente por um militar sem experiência na área.
Já os governadores e prefeitos que, inicialmente, adotaram um discurso de mais responsabilidade, já o abandonaram. Enquanto a pandemia de covid-19 segue cada vez mais letal, as fracas medidas de isolamento social seguem sendo suspensas. Governadores como João Doria (PSDB), do estado mais afetado pelo vírus, São Paulo, seguem com a intenção de forças a suspensão das medidas, até para o retorno dos professores e alunos às salas de aula.