retrocessos

Projetos culturais no Rio já sentem impactos da gestão Temer

Jovens de comunidades cariocas têm projetos paralisados, após desmonte no Ministério da Cultura

Reprodução?TVT

Bailarinos formados pelo projeto Dançar a Vida já atuam em grandes companhias de dança do Brasil e do mundo

São Paulo – Entre os setores mais atingidos pelo desmanche promovido pelo governo interino de Michel Temer está a cultura. No Rio de Janeiro, um dos projetos afetados é o que forma bailarinos e divulga dança com espetáculos gratuitos, o Dançar a Vida.

Em entrevista à repórter Viviane Nascimento, da TVT, a educadora no projeto, Nelma Darzi, que há 17 anos recebe crianças e jovens de comunidades no curso de formação profissional em dança, afirmou que o programa está interrompido. A partir da Lei Rouanet e do Ministério da Cultura, a gente conseguiu manter os jovens na companhia até que realmente fossem encaminhados a uma companhia profissional. Mas, neste ano a gente já encontrou muita dificuldade aqui e nas empresas que poderiam ser futuros patrocinadores, mas não querem arriscar em nada.”

Atualmente, bailarinos formados pelo projeto Dançar a Vida já atuam em grandes companhias de dança do Brasil e do mundo. A missão de aproximar a arte clássica do grande público também está prejudicada.

“A proposta da companhia também era essa. Nós fazemos as apresentações itinerantes por várias comunidades, sempre gratuitas, de fácil acesso à população de modo geral levando a cultura e a arte. Mas esse trabalho está interrompido no momento”, conta Nelma.

Segundo o sociólogo e diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) Cândido Grzybowski, as medidas do governo interino de Temer são de ataque às conquistas democráticas. Para ele, são atuações que podem significar um retrocesso de gerações inteiras.

Foi um ataque muito frontal às conquistas, algumas são mais simbólicas, outras mais reais, como das mulheres, de igualdade social, direitos humanos e da cultura. Parece ser uma elite branca, machista, saída no início da República, logo depois do fim da escravidão, porque desmancha tudo o que fez depois disso”, afirma.

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