Secretário se diz ‘perplexo’ com anúncio de greve antes de negociação

Professores municipais de São Paulo marcam paralisação um dia antes da reunião agenda com a prefeitura para apresentação de reivindicações da categoria

São Paulo – O secretário municipal de educação de São Paulo, Cesar Callegari, disse estar “perplexo” com o anúncio de que professores ligados ao sindicato da categoria, o Sinpeem, decidiram ontem (29) entrar em greve a partir de sexta-feira (3), antes da negociação com a prefeitura, marcada para hoje. 

“Nós já tínhamos uma reunião agendada e temos ainda uma reunião agendada para amanhã [hoje] para receber a pauta de reivindicações dos cinco sindicatos que representam a educação. Eu já fui sindicalista e estou perplexo. Nunca vi um processo de negociação começar com uma greve, sem que a gente saiba formalmente quais são as demandas dos trabalhadores”, disse na noite de ontem, ao final do Fórum de Cultura e Educação, que ocorreu no Sindicato dos Jornalistas, no centro de São Paulo.

Representantes dos professores e de sindicatos de outras categorias da educação participam do Sistema de Negociação Permanente da Prefeitura de São Paulo (Sinp), instalado desde 20 de março deste ano, com o objetivo de estabelecer uma mesa setorial de discussões com servidores da área.

Ontem à tarde, cerca de 6 mil professores fizeram uma manifestação no Viaduto do Chá, em frente à prefeitura, e decidiram pela greve proposta pelo Sinpeem, cujo presidente, Cláudio Fonseca, é ex-vereador e aliado do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).

“Greve na educação significa paralisar um direito das crianças, jovens e adultos.Greve sempre deve ser o último recurso, não o primeiro. Eu tenho a expectativa que no desenvolver do diálogo e da negociação, o sindicato suspenda essa medida que, no meu modo de entender, não contribui para com um diálogo produtivo em prol da educação na cidade de São Paulo”, disse Callegari.