Festa em Goiás para os 120 anos de Cora Coralina a partir desta quinta
Doceira de profissão, Cora transpôs a simplicidade e produziu rica obra poética que retoma os valores culturais do interior goiano
Publicado 19/08/2009 - 19h32
“Muitas vezes basta ser: Colo que acolhe, Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio que respeita, Alegria que contagia, Lágrima que corre, Olhar que acaricia, Desejo que sacia, Amor que promove”.
A poesia simples e acolhedora de Cora Coralina, escritora goiana, ecoa forte a partir desta quinta-feira (20), na cidade de Goiás, onde ela nasceu e é sinônimo de vida e coragem.
A cidade comemora os 120 anos de nascimento da poetisa e os 20 anos do museu que leva o seu nome.
O Museu Casa de Cora Coralina promove uma série de eventos em homenagem a uma das maiores personalidades do estado de Goiás. Exposições, espetáculos teatrais, roteiro gastronômico e show com o cantor Zeca Baleiro animam a cidade, reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco.
A gastronomia também será um dos destaques da homenagem a Cora Coralina. Desta quinta (20) até sábado (22), restaurantes da cidade servem tradicionais pratos goianos inspirados na poesia de Cora, como o queijo de leite, o tradicional frango ensopado ao molho de açafrão e a pizza ao agrião do cerrado e tomates de tapera.
Doces e poesias
Nascida na histórica Cidade de Goiás, em 20 de agosto de 1889, Cora Coralina é considerada a grande poetisa da história do estado e uma das maiores do país. Doceira de profissão, ela transpôs as aparências de mulher simples e produziu uma rica obra poética que retoma os valores culturais do interior goiano.
Seus primeiros poemas, publicados em jornais locais, foram produzidos aos 14 anos de idade. Após casar-se com o advogado Cantídio Tolentino Bretas, Cora muda-se para São Paulo.
Anos mais tarde, com a morte do marido, passa a vender livros pela Editora José Olímpio, profissão que, em 1965, lhe renderia sua primeira publicação: “O poema dos becos de Goiás e estórias mais”.
Cora passa a ser reconhecida nacionalmente depois de ter sua obra elogiada por Carlos Drummond de Andrade. Em 1983, é eleita intelectual do ano e recebe o Prêmio Juca Pato, da União Brasileira dos Escritores.
Cora Coralina faleceu em Goiânia, em 10 de abril 1965. Anos depois, a casa onde viveu é transformada em museu, como homenagem à sua história e rica obra literária.
Programação completa no site.
Com informações do Iphan