Operários de obra do Maracanã mantêm greve após impasse com consórcio

Trabalhadores pretendem conquistar melhores benefícios com a paralisação, iniciada após explosão que feriu um funcionário

O estádio do Maracanã deve ser a sede da Copa de 2014 no Rio de Janeiro (Foto: Fernanda Almeida / Seobras)

São Paulo – Os operários da reforma do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, decidiram em assembleia na manhã desta sexta-feira (19) manter a greve iniciada há dois dias, após explosão que feriu um trabalhador e serviu de estopim para a paralisação por benefícios e melhores condições de trabalho. O Consórcio Maracanã Rio 2014 ofereceu plano de saúde e aumento de R$ 10 no vale-refeição, atualmente de R$ 110. Os operários, que pedem R$ 300 de benefício, consideraram a proposta insuficiente.

Romildo Vieira da Silva, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Rio de Janeiro (Sitraicp), garante que os trabalhadores não retomarão as obras enquanto não houver acordo. Ele afirma ainda que o consórcio apresentou suas propostas com a condição de que fossem aprovadas rapidamente e que a entidade orientasse os funcionários a encerrar a paralisação. “Se acabássemos com a greve, eles abonavam o dia de ontem (quinta-feira 18) sem descontar (no salário). O trabalhador resolveu enfrentar e continuar a greve”, disse.

No fim da tarde de quinta, o consórcio divulgou comunicado sobre o caso. Segundo o texto, as reivindicações apresentadas estão em análise, embora as empresas considerem que um acordo coletivo firmado por meio do sindicato em 19 de abril seja válido até janeiro de 2012. A respeito das condições de segurança da obra, o consórcio restringiu-se a afirmar que elas “atendem rigorosamente os padrões da legislação trabalhista”.

A respeito do acidente de trabalho de quarta-feira, a nota trata o episódio como “um fato isolado”, e as “causas do acidente estão sendo apuradas”. O consórcio sustenta que o trabalhador foi prontamente socorrido após a explosão.

Apesar do impasse, Romildo acredita que a negociação possa continuar. “Estamos à disposição para negociar aqui no sindicato, sem ameaças e de forma clara. Queremos que volte ao normal, mas caso nada se resolva, provavelmente o movimento continua”, afirmou. Haverá assembleia na próxima segunda-feira (22) para definir os rumos da paralisação. Segundo o sindicato, são 2.120 operários em greve.