No primeiro dia de greve, bancários fecham 5 mil locais de trabalho no país

Sindicato de São Paulo estima que 20 mil trabalhadores participaram da paralisação

Logo pela manhã, trabalhadores preparavam a mobilização nas agências (Foto: Sindicato dos Bancários de SP/Divulgação)

São Paulo – Segundo balanço parcial divulgado no final da tarde de hoje (18) pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), no primeiro dia de greve dos bancários foram fechados pelo menos 5.132 agências e centros administrativos em 26 estados e no Distrito Federal. O número supera os 4.191 do primeiro dia da paralisação de 2011.

Na base do sindicato de São Paulo, Osasco e Região, fecharam 651 locais de trabalho, sendo 21 centros administrativos. A entidade estima que 20,8 mil trabalhadores participaram da paralisação. O sindicato fará nova assembleia na quinta-feira (20), a partir das 16h. Os sindicalistas aguardam proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

A partir de amanhã a expectativa é que haja adesão de agências menores e de sedes dos bancos, até atingir a dimensão da greve do ano passado, quando 42 mil bancários paralisaram 793 locais de trabalho.

No Rio de Janeiro, a maioria das 1,3 mil agências da cidade também aderiu à greve e permaneceu fechada, de acordo com o Sindicato dos Bancários local. Na Avenida Rio Branco, centro da capital fluminense, onde há grande concentração de agências, a maioria não abriu nesta manhã. O presidente do sindicato, Almir Aguiar, acredita que a adesão neste ano seja maior do que nos anteriores.

Os bancários decidiram pela greve após assembleias nos dias 12 e 17, nas quais rejeitaram a proposta de 6% de reajuste salarial da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), pouco acima da inflação do período (5,39% em 12 meses, pelo INPC). Eles pedem 10,25%, índice que inclui aumento real de aproximadamente 5%.

“A categoria lamenta a falta de comprometimento dos banqueiros, que têm condições de propor reajuste adequado aos trabalhadores, mas preferiram forçar a greve”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, em nota. “Fizemos nove rodadas de negociação com a federação dos bancos e eles foram irredutíveis no aumento real de 0,58%, bem abaixo da média [2,23%] oferecida pelas categorias que fecharam acordo no primeiro semestre, que têm rentabilidade bem inferior aos bancos.”

Os bancários cobram piso salarial calculado pelo Dieese, de R$ 2.416,38, aumento dos vales alimentação e refeição, fim das metas abusivas e do assédio moral, mais contratações e aumento da participação nos lucros ou resultados (PLR).