Acordo entre Zara e MPT sobre regularização da mão de obra é adiado
Confecção espanhola negou-se a pagar R$ 20 milhões em investimentos sociais e aceita arcar com 10% do valor. Ministério Público do Trabalho deve avaliar nova proposta
Publicado 01/12/2011 - 11h45
Peças encontradas em confecção onde houve flagrante de trabalho escravo (Foto: Bianca Pyl/Repórter Brasil – arquivo)
São Paulo – Foi adiada a tentativa de acordo entre a marca espanhola de roupas Zara e o Ministério Público do Trabalho (MPT), na quarta-feira (30). A confecção deveria assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas manteve a negativa de assumir a responsabilidade pela prestadora de serviços contratada que empregou mão de obra análoga à escravidão em São Paulo. A multinacional resiste ainda a investir o valor de R$ 20 milhões em ações de valorização social sugeridas pelo MPT.
A proposta dos representantes da Zara foi de investimento de R$ 2 milhões em ações para monitorar a cadeia produtiva e auxiliar os trabalhadores terceirizados. No entanto, a assinatura do termo ainda não tem previsão para ocorrer. A negociação do TAC arrasta-se pelo menos desde o início de novembro. Inicialmente, esperava-se que o termo fosse assinado no dia 18 e, depois, na quarta-feira. O procurador responsável pela tentativa de acordo, Luiz Carlos Fabre, deve avaliar a proposta da empresa em dez dias, para que então o processo tome um novo passo.
Em junho, fiscalização do MPT e do Ministério do Trabalho e Emprego flagrou 51 trabalhadores em situação análoga à escravidão, na cidade de Americana (SP), a 130 quilômetros da capital. Outra operação libertou 14 pessoas, todos bolivianos, em duas oficinas na própria cidade de São Paulo. Eles trabalhavam em um sobrado sem condições de segurança, sem chuveiro elétrico e em jornadas de até 15 horas por dia. A cada peça produzida, os trabalhadores recebiam R$ 0,20.
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