No G20, Dilma pressiona por avanços em negociação climática

COP-17, que discute como combater o aquecimento global, ocorre ainda em novembro, em Durban, na África do Sul

Para Dilma, os efeitos “perversos” dos problemas climáticos sobre os países em desenvolvimento exigem medidas urgentes (Foto: Roberto Stucker Filho/Pr)

São Paulo – Na reunião de trabalho do G20, grupo dos países mais desenvolvidos, em Cannes, na França, a presidenta brasileira Dilma Rousseff antecipou parte das discussões previstas para a 17ª Conferência das Partes (COP-17) das Nações Unidas (ONU), programada para este mês, em Durban, na África do Sul. Nesta sexta-feira (4), Dilma disse que países em desenvolvimento como o Brasil estão prontos para contribuir com a redução da emissão de gases de efeito estufa, como pedem os desenvolvidos. Mas esse esforço não pode incluir a imposição de obrigações financeiras adicionais às economias das nações emergentes.

“Tanto os países desenvolvidos como os em desenvolvimento têm responsabilidades comuns, mas compromissos diferenciados em relação à mudança do clima”, reconheceu Dilma, segundo a agência Reuters. Para ela, os efeitos “perversos” dos problemas climáticos sobre os países em desenvolvimento exigem medidas urgentes, e alertou que a COP-17 “não pode repetir o insucesso de Copenhague” e de Cancún, onde ocorreram conferências climáticas nos dois últimos anos.

A COP-17 tem como desafios traçar metas de combate ao aquecimento global para além dos prazos previstos no Protocolo de Kyoto. Além disso, a conferência terá o desafio de garantir pressão dos governos sobre setores poluentes – como a indústria e a agropecuária – em meio a um ambiente de crise externa. O temor é de que, em meio à recessão, algumas nações deixem de pressionar empresários para facilitar a retomada do crescimento, além de haver menos disposição para se investir em fundos internacionais de combate às mudanças no clima.

A agenda de Dilma no último dia da cúpula do G20 começou com uma reunião bilateral com a primeira-ministra alemã, Angela Merkel. A presidenta aceitou convite para visitar a Alemanha em 2012. As duas chefes de Estado também concordaram em intensificar esforços por reformas no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Além de Brasil e Alemanha, Japão e Índia formam o chamado G4, grupo favorável às mudanças.

Com informações da Reuters

O que é o G20

O grupo dos 20 países mais desenvolvidos do mundo (G20) foi formado em 1999, como forma de fazer ampliar colegiados mais seletos que despontavam na definição dos rumos da economia mundial – como o G8, das sete maiores potências mais a Rússia, além do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird). Porém, foi a partir de 2008, durante a crise financeira internacional, que o grupo ganhou protagonismo, ao concentrar os debates sobre formas para superar a recessão que se avizinhava.

Atualmente, participam as sete maiores economias do mundo – membros do antigo G7 – mais 12 maiores economias emergentes. Além disso, há uma representação geral da União Europeia, por meio do presidente em exercício do bloco do Velho Continente. O FMI e o Bird também participam.

Sete maiores

Emergentes

E ainda:

  • Alemanha
  • Canadá
  • Estados Unidos
  • França
  • Itália
  • Japão
  • Reino Unido
  • África do Sul
  • Arábia Saudita
  • Argentina
  • Austrália
  • Brasil
  • China
  • Coreia do Sul
  • Índia
  • Índia
  • Indonésia
  • México
  • Rússia
  • Turquia
  • União Europeia
  • FMI
  • Bird