São Bernardo do Campo – Foi uma sexta-feira atípica na fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo, região do ABC paulista. Os metalúrgicos trocaram o som das máquinas da linha de produção de caminhões pelo hino nacional, tocado pela Orquestra Sinfônica Vera Cruz. O ato marcou o lançamento do programa Leitura nas Fábricas na montadora, que ganhou sete minibibliotecas para utilização de seus 12 mil empregados. O espaço tem, além de 650 títulos, acomodações para leitura e computador para pesquisa. A iniciativa faz parte do programa Mais Cultura, do Ministério da Cultura (MinC), e é desenvolvida pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Estiveram presentes, o diretor de Recursos Humanos da Mercedes, Marcos Alves, o diretor de Livro e Leitura do MinC, Fabiano Santos, os prefeitos Luiz Marinho e Mario Reali, de São Bernardo e Diadema, além do deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, o presidente da CUT/SP, Adi dos Santos Lima, e o secretário de Cultura de São Bernardo, Frank Aguiar.

O presidente do sindicato, Sérgio Nobre, lançou o livro Leitura nas Fábricas. que relata o processo de instalação dos primeiros pontos de leitura em empresas metalúrgicas de Diadema. “Quero ver um ponto de leitura em cada local de trabalho”, disse Sérgio Nobre. Ele comentou que esses pontos vão além das bibliotecas e acabam se transformando em espaços culturais, com realização de saraus, onde os trabalhadores mostram suas músicas e suas poesias, e exibição de filmes.

Fabiano dos Santos, do MinC, disse que o Leitura nas Fábricas serviu de referência para o programa Cultura no Mundo do Trabalho, que será desenvolvido no próximo ano reunindo literatura e cinema nas empresas e também no campo.

Luiz Marinho elogiou a iniciativa do sindicato e ressaltou a importância da leitura mencionando que a cidade de São Bernardo tem um acervo de 460 mil títulos.

Os pontos de leitura terão agentes de leitura, trabalhadores capacitados para estimular a leitura nos companheiros. Como João dos Santos Souza, o João Presidente, do Comitê Sindical de Empresa (CSE). “Quem gosta de ler vai estimular os outros, mostrando a importância do livro. Lá no Ceará li muita literatura de cordel e livro de bolso. Agora é a minha vez de incentivar a companheirada”, disse.