Discurso de Lula lido em Davos ressalta avanços econômicos e sociais do Brasil

Celso Amorim recebe o prêmio de Estadista Global concedido ao presidente Lula (Foto: Monika Flueckiger/Fórum Econômico Mundial) Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta sexta-feira (29), […]

Celso Amorim recebe o prêmio de Estadista Global concedido ao presidente Lula (Foto: Monika Flueckiger/Fórum Econômico Mundial)

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta sexta-feira (29), ao ler o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o mundo precisa de mudanças profundas e complexas para enfrentar questões como o modelo financeiro vigente e as alterações climáticas. O texto foi lido durante o recebimento do prêmio Estadista Global no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O presidente não pôde comparecer à premiação por causa de uma crise de hipertensão.

O discurso também chama a atenção para os avanços do Brasil nos últimos sete anos e para o modo como o país enfrentou a crise financeira internacional. Lula destacou que o Brasil venceu o desafio de crescer economicamente e de incluir socialmente os mais pobres.

“Nesse período, 31 milhões de brasileiros entraram na classe média e 20 milhões saíram do estágio de pobreza absoluta. Pagamos toda nossa dívida externa e hoje, em lugar de sermos devedores, somos credores do FMI”, informou. “Incorporar os mais fracos e os mais necessitados à economia e às políticas públicas não era apenas algo moralmente correto. Era, também, politicamente indispensável e economicamente acertado”, completou.

O texto de Lula enfatizou que o Brasil foi um dos últimos países a entrar na crise e um dos primeiros a sair dela. Isso foi possível por meio de uma política de ampliação do crédito, redução de impostos e estímulo ao consumo.

“Na crise ficou provado, mais uma vez, que são os pequenos que estão construindo a economia de gigante do Brasil. Este talvez seja o principal motivo do sucesso do Brasil: acreditar e apoiar o povo, os mais fracos e os pequenos”, concluiu.

No discurso, Lula disse também que a Conferência do Clima, que ocorreu ano passado em Copenhague, poderia ter sido mais bem aproveitada. Segundo ele, os estadistas globais que ali estavam “perderam uma oportunidade de avançar” em prol do meio ambiente. Ele cobrou dos líderes mundiais que na próxima Conferência do Clima, no fim de novembro, no México, seja possível encontrar saídas para o aquecimento global.

O pronunciamento, lido por Amorim, afirma que as duas questões são sintomas de uma crise mais profunda e da necessidade de o mundo encontrar um novo caminho. “Um novo caminho, livre dos velhos modelos e das velhas ideologias. É hora de reinventarmos o mundo e suas instituições. Por que ficarmos atrelados a modelos gestados em tempos e realidades tão diversas das que vivemos? O mundo tem que recuperar sua capacidade de criar e de sonhar”, afirmou Lula no texto.

No discuso lido pelo Ministro das Relações Exteriores, Lula afirma que o prêmio recebido hoje não é só um prêmio para o presidente Lula, mas para o Brasil. “Esse prêmio nos alegra, mas, especialmente, nos alerta para a grande responsabilidade que temos.”

Por causa da crise de hipertensão, Lula teve todos os compromissos cancelados até domingo. Segundo informações do Palácio do Planalto, a pressão arterial do presidente já está normal. Lula já estava no avião que iria para o Fórum Econômico em Davos, quando teve a crise. Ele foi internado num hospital de Recife onde passou a noite. No dia seguinte ele foi para São Bernardo do Campo (SP) onde passará o fim de semana descansando em seu apartamento.

Fonte: Agência Brasil