Experiência de 2008 e medidas do Banco Central irão afastar crise, diz Mantega

Ministro da Fazenda diz, na Câmara dos Deputados, que crise terá influência determinante na economia mundial, mas Brasil está preparado para enfrentá-la

Mantega (esquerda), Marco Maia (centro) e Mercadante (direita), participaram de debate na Câmara Federal sobre impactos da crise internacional no Brasil (Foto: JBatista\ Ag.Camara)

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça (9) que a crise financeira internacional deverá ter influência determinante no Brasil mas garantiu que o país está preparado e acumulou, em 2008, experiência necessária para lidar com esse tipo de problema internacional. Mantega e o Ministro de Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, participaram de um debate, na Câmara Federal, sobre os impactos da crise econômica mundial na economia nacional.

Segundo o ministro da Fazenda, a atual crise é a mesma de 2008, no entanto ela “saiu do colo do setor privado e foi para o colo do setor público”. Naquela ocasião, o sistema financeiro dos Estados Unidos entrou em colapso depois do estouro de uma bolha de crédito baseado em hipotecas e amplificada pelos chamados derivativos de crédito.

Mantega garantiu que o erro dos países avançados – principalmente Estados Unidos e nações da Europa – foi “olharem mais para questão fiscal e menos para questão de investimentos”.

Mesmo fora do eixo central da crise, Mantega afirmou que “o Brasil está preparado, mas isso não quer dizer que não sofreremos algumas consequências”. Ele elencou a situação fiscal sólida, o aumento nas reservas nacionais – cerca de R$ 150 bilhões a mais do que em 2008 – e o mercado interno fortificado, como as principais “vacinas” que podem blindar o país contra os efeitos de uma recessão mundial.

Mercadante concorda que o mundo vive a segunda fase da mesma crise de 2008 e que o Brasil não está imune à tendência recessiva enfrentada pelos países riscos. O ministro de Ciência e Tecnologia disse acreditar que a exportação de commodities – matérias-primas de origem agrícola e mineral com preços cotados internacionalmente – e os frutos do pré-sal como fatores fundamentais para fortalecimento da indústria nacional. O recursos poderiam ser a principal saída para conter o avanço dos efeitos da crise mundial.

Lembrando o momento mais complicado do Brasil na crise internacional de 2008, Mercadante ainda atribuiu às atitudes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o fôlego brasileiro para não se afogar naquele momento crítico mundialmente.

Na ocasião, Lula anunciou que o país veria uma “marolinha” enquanto outras nações tinham de enfrentar um “tsunami”. O país foi considerado por economistas como o primeiro a superar os efeitos da crise.

Mantega traçou um diagnóstico favorável da econômica brasileira e garantiu que o setor manufatureiro nacional será o principal afetado pela crise internacional. O recente “impedimento da valorização do real” foi uma das atitudes anticrise mais relevantes promovidas pelo governo.

A referência diz respeito a restrições a operações de câmbio futuro – nas quais investidores negociam opções de compra e venda de dólar com prazo, o que amplifica os resultados da especulação sobre a moeda, acelerando movimentos de alta ou de baixa.

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