No primeiro trimestre do governo Dilma, PIB cresce 4,2% e soma R$ 939,6 bilhões

Sobre igual período de 2010, principal alta foi de serviços. Em 12 meses, economia teve crescimento de 6,2% e o consumo das famílias aumentou 6,4%. Na comparação com igual trimestre, consumo familiar teve 30ª alta seguida

Além do setor de serviços, outros destaques da economia foram a indústria (3,5%) e pela agropecuária (3,1%)

 São Paulo – O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,2% no primeiro trimestre sobre igual período do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre de 2010, a alta foi de 1,3%. Em 12 meses, o crescimentou chegou a 6,2%, com o PIB em valores correntes atingindo R$ 939,6 bilhões. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (3) pelo IBGE.

O destaque em relação ao primeiro trimestre de 2010 foi o setor de serviços (aumento de 4,0%), seguido pela indústria (3,5%) e pela agropecuária (3,1%). Na variação trimestral, a agropecuária cresceu 3,3%, a indústria, 2,2% e os serviços, 1,1%.

Considerado o período de 12 meses, o PIB da indústria cresceu 7,4% sobre os quatro trimestres imediatamente anteriores, com destaque para a extrativa mineral (12,9%) e pela construção civil (9,2%). A agropecuária teve expansão de 5,8% e os serviços, de 4,9%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador de investimentos, teve crescimento de 17,1%, enquanto o consumo das famílias subiu 6,4% e o da administração pública, 3,2%. As importações (29,2%) cresceram bem mais que as exportações (9,2%).

Segundo o IBGE, a FBCF foi o principal destaque em relação ao primeiro trimestre de 2010, do ponto de vista da demanda interna, com expansão de 8,8%. “Dentre os fatores que contribuem para explicar esse desempenho, destacam-se a expansão da importação e da produção interna de máquinas e equipamentos”, diz o instituto. O consumo das famílias cresceu 5,9%, na 30ª variação positiva seguida. “Dentre os fatores que contribuíram para esse resultado, estão os aumentos da massa salarial real e do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas.” Já o consumo da administração pública aumentou 2,1% na mesma base de comparação. As importações subiram 13,1% e as exportações, 4,3%, resultado explicado pela variação cambial. Entre os principais produtos de importação, estão máquinas e equipamentos, material elétrico, têxteis e vestuário, indústria automobilística, borracha e minerais não metálicos.

Quando a comparação é entre o quarto trimestre de 2010 e o primeiro de 2011 (1,3%), o IBGE constata desacelaração da indústria, de 4,3% para 3,5%, “inclusive por conta da alta base de comparação do primeiro trimestre de 2010”.

A taxa de investimento no primeiro trimestre correspondeu a 18,4% do PIB, pouco acima de igual período de 2010 (18,2%). Já a taxa de poupança passou de 15,4% para 15,8%.

Comparação

Para efeito de comparação, o IBGE divulgou os resultados de outros países na comparação trimestre. Com crescimento de 1,3% sobre o último período de 2010, o Brasil teve comportamento semelhante ao Chile, próximo ao da Coreia do Sul (1,4%) e um pouco pouco abaixo da Alemanha (1,5%). Os Estados Unidos cresceram 0,4% e o Japão recuou 0,9%.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou em nota que o resultado do PIB mostra a economia brasileira em um ciclo sustentado de expansão, “em ritmo mais condizente com o equilíbrio interno e externo”. Ele destacou a demanda doméstica como “o grande suporte da economia” e acrescentou que o crescimento da FBCF “sugere que o empresariado nacional permanece  confiante nas perspectivas para a economia brasileira neste e nos próximos anos”. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o primeiro trimestre mostrou a vitalidade da economia, mas admitiu que o segundo terá desaceleração, devido aos ajustes do governo para diminuir o crescimento e controlar a inflação.

Indústria

Com o resultado anunciado pelo IBGE, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou de 3,5% para 3,8% a estimativa para o crescimento da economia este ano. A projeção para o PIB industrial foi de 2,8% para 3,2%.