16ª Parada LGBT será pela educação e pela criminalização da homofobia

'Homofobia é um vício social e corrompe a cidadania', denuncia manifesto da Associação da Parada do Orgulho LGBT. Em 2011, foram assassinadas 266 pessoas

Parada do movimento LGBT dá visibilidade a luta pelo reconhecimento da cidadania de todos, sem exceções (arquivo/RBA)

São Paulo – A 16ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) de São Paulo será realizada no dia 10 de junho e terá como tema “Homofobia tem cura: educação e criminalização”. O movimento reivindica a distribuição de kits produzidos pelo projeto Escola Sem Homofobia e a aprovação do Projeto de Lei (PL) 122/2006, que transforma em crime a homofobia, de autoria da ex-deputada petista Iara Bernardi, em tramitação na Câmara dos Deputados. 

A representante do grupo diretor da Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOLGBT), Greta Star, ponderou que a educação é fundamental para se conquistar mudanças estruturais no modelo de sociedade. Segundo ela, o preconceito está enraizado. O movimento exige a distribuição do kit educativo anti-homofóbico em escolas públicas pelo Ministério da Educação. 

A associação divulgou hoje (22) manifesto dirigido à população e ao poder público. Segundo o presidente da Parada em São Paulo, Fernando Quaresma, no Brasil, em 2011, foram assassinadas 266 pessoas do grupo. “A homofobia é um vício social e corrompe a cidadania. Faz parte da histórica condição de opressão”, disse o presidente, na leitura do manifesto.

Para a advogada Heloísa Gama Alves, da Coordenadoria de Políticas para a Diversidade Sexual, da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo, a violência tem se acentuado a cada dia e o desafio do poder público é o constante combate. “A sociedade é plural e o direito à diversidade deve ser apoiado pelo governo, além de ser construído dentro de nossas próprias casas”, disse.

Segundo o coordenador Franco Reinaudo, da Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual (Cads) do município, apenas em janeiro de 2012 foram registradas na cidade de São Paulo 62 denúncias de violência contra a população LGBT. De acordo com estudo realizado pela coordenadoria, as agressões mais comuns são praticadas por pessoas que possuem vínculos com a vítima, e dentro dos domicílios. “Entre junho de 2005 e dezembro de 2009, recebemos 995 denúncias ocorridas apenas no município”, disse.

Em 2011, segundo a associação, 4 milhões de pessoas compareceram à parada, sendo 83,8% os residentes na cidade de São Paulo, 11,3% provenientes das cidades da Grande São Paulo e 4,9% de outras cidades brasileiras e estrangeiras. Neste ano, é esperado público ainda maior. Até o momento, 12 trios com atrações já foram confirmados para percorrer a avenida Paulista. Dentro do tema do ano, cada carro trará uma temática diferente durante o percurso, como a diversidade e a paz. 

Agenda do movimento

Ciclo de Leituras Dramáticas: hoje (22) e 29 de maio, às 20h, na Livraria da Vila – Lorena (alameda Lorena, 1731, Jardim Paulista)

10º Ciclo de Debates: 28, 30, 31 de maio e 1 de junho, às 19h, no Sesc Consolação (rua Doutor Vila Nova, 245, Consolação)

12ª Feira Cultural LGBT: 7 de junho, das 10h às 22h, no Vale do Anhangabaú.

12º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade: 8 de junho, às 18h, na Academia Paulista de Letras (Largo do Arouche, 312/324).

16ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo: 10 de junho, a partir das 12h, na avenida Paulista (concentração em frente ao Masp).

Para mais informações, acesse o site da Parada

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