Deputados vão cobrar de Kassab abertura do Complexo Prates

Prefeitura adiou duas vezes o início das atividades do complexo, que deverá receber usuários de drogas do centro de São Paulo

São Paulo – A inauguração do Complexo Prates, centro de atendimento de assistência social e de saúde aos usuários de drogas anunciado pela prefeitura de São Paulo, será cobrada por deputados paulistas da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack, da Assembleia Legislativa. A administração municipal havia dado como prazo a segunda quinzena de março para a abertura do local. No entanto, houve um novo adiamento. A estrutura é uma das promessas do prefeito Gilberto Kassab (PSD) para acolher os dependentes químicos saídos da região da Luz, chamada de “cracolândia”.

“Vamos fazer um documento para o prefeito”, afirmou o deputado Donisete Braga, coordenador da Frente. Responsável pela infraestrutura de atendimento social, a vice-prefeita e secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Alda Marco Antônio, já cogitou a abertura do Complexo ainda em janeiro. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, o setor em questão está pronto, no aguardo da conclusão da unidade de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) e do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) – que funcionarão 24 horas – para iniciar atividades.

A necessidade da abertura de vagas para tratamento de usuários de drogas na capital paulista foi evidenciada após o início da Operação Sufoco, em 3 de janeiro. A primeira fase das ações conjuntas entre governo estadual e prefeitura teve intenção de coibir o tráfico no centro, e a parte da saúde foi deixada para a segunda etapa, que iniciaria neste mês. Eloísa Arruda, secretária de Justiça do estado – uma das secretarias que coordenam a ação – afirmou que, embora o complexo seja do município, é do interesse do governo que a inauguração ocorra rapidamente. “Mas não tenho dúvida que a vice-prefeita Alda Marco Antonio está insistindo para que isso se dê no menor tempo possível, porque sem dúvida é um serviço importante para a população”, disse.

A capacidade do centro de atendimento de 11 mil metros quadrados será de 1,2 mil pessoas, e haverá 11 leitos para internação.

Em visita às obras do Complexo em janeiro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou a carência da cidade no tratamento aos dependentes, baseado na falta de unidades em uma cidade de tal proporção – que conta atualmente com 22 Caps. Outra unidade 24 horas está sendo construída no Jardim Ângela, na zona sul da capital, com auxílio do governo federal.