Discursos contra união homoafetivas são ‘chocantes’, diz ativista

São Paulo – Para André Fischer, diretor do portal de notícias LGBT Mix Brasil, a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), que começou a analisar na tarde desta quarta-feira (4) […]

São Paulo – Para André Fischer, diretor do portal de notícias LGBT Mix Brasil, a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), que começou a analisar na tarde desta quarta-feira (4) a extensão e o reconhecimento de direitos civis para parceiros em uniões homoafetivas, surpreendeu pelo grau de preconceito expresso durante a sustentação oral.

A sessão foi suspensa no início da noite logo após o parecer favorável do relator  Ayres Britto. O ministro considerou procedentes as ações que reconhecem como família a união entre pessoas do mesmo sexo.

Apesar do voto favorável do relator, Fischer analisa que as partes que se manifestaram contra a aprovação da união estável homoafetiva, como o advogado Hugo Cysneiros, falando em nome da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), demonstraram preconceito “chocante”. “Os discursos foram muito cheios de ódio. Achava que haveria pessoas mais embasadas, não tão cheias de preconceito”, afirmou em entrevista à Rede Brasil Atual.

Segundo Fischer, a opinião de Britto já era conhecida pelo movimento LGBT. “Já sabia que a posição era favorável, mas não tão bem sedimentada”, diz.

O ativista se diz otimista para a continuidade da votação na tarde da quinta-feira (5). Dos seis votos necessários para aprovação da união homoafetiva, a expectativa é de que os quatro ministros que já votaram favoravelmente à questão em sessão anterior, em fevereiro, repitam o voto e de que o novo ministro do STF, Luiz Fux, vote favoravelmente. “Sobre três dos votos não temos ideia [de qual o juízo a ser emitido]”, afirma. “Somos contrários ao clima de ‘já ganhou.’”