CONTRA LULA

Governadores dizem que sentença de Moro é ‘incompatível com a Constituição’

Wellington Dias afirma que vai esperar outras instâncias, porque gesto mostrou 'caráter pessoal e político do magistrado'. Flávio Dino vê tentativa de se forçar 'inelegibilidade do ex-presidente'

divulgação

Dias e Dino: pela lei, ninguém pode ser condenado por um crime não comprovado, como está acontecendo

Brasília – Dois governadores se posicionaram contrários à condenação do juiz federal Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: o do Piauí, Wellington Dias (PT), e o do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Ex-líder do PT no período em que foi senador e nome histórico da legenda, o governador Wellington Dias disse que  um gesto neste sentido partindo de Moro “já era algo de se esperar”, dando a entender que a questão teve cunho pessoal por parte do magistrado. Já Dino afirmou por meio de rede social que “tentar forçar a inelegibilidade do presidente Lula, sem provas consistentes, não é algo compatível com a Constituição Federal, nem com as leis”.

A posição do governador maranhense, embora curta, teve ampla repercussão no Congresso Nacional, pelo fato dele ter sido o primeiro secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e por ter tido uma carreira destacada como magistrado da Justiça Federal, antes de entrar para a política.

No caso de Wellington Dias, o piauiense afirmou que ao observar a decisão em detalhes chegou à avaliação de que houve condenação sem provas e, por isso, prefere esperar que o caso seja levado a outras instâncias, “para que se saiba, de fato, o que acontecerá com o presidente Lula”.

“O processo está no nome de uma empresa e cita apenas uma visita dele (Lula) ao apartamento. É lamentável, mas acho que já era esperada uma condenação sem provas. Agora é esperar que seja apreciado em outras instâncias, até porque no próprio texto o juiz reconhece que não há essa prova. Portanto, pela lei, ninguém pode ser condenado por um crime não comprovado”, ressaltou Dias.