Apesar do retumbar das manchetes espalhafatosas contra o PT, contra o ex-presidente Lula e, em menor grau, contra o governo Dilma, uma retrospectiva de 2012 é amplamente favorável a todos eles.

O governo Dilma conseguiu impor dois temas marcantes em sua agenda positiva. No pronunciamento do primeiro de maio, ela vestiu a camisa da política de queda de juros e atacou os bancos que ainda resistiam. Recebeu enormes críticas na velha imprensa, por isso. Se deu mal quem criticou.

Depois, veio o 7 de Setembro, quando anunciou a conta de luz mais barata para 2013. Recebeu enormes críticas na oposição tucana, encabeçada por sua principal liderança, Aécio Neves. Se deu mal, de novo, quem a criticou.

Lula colheu vitórias, primeiro recuperando sua saúde, depois com o crescimento do PT nas eleições de outubro, coroada com a vitória de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo. O ex-presidente também retomou sua agenda internacional e lançou, junto com o presidente da França, o mais importante movimento político global contra a crise internacional.

Mesmo os ataques de Marcos Valério, explorados pela oposição, no final das contas acabam por favorecer Lula. Quem o povo vê como político de bem? Um como Lula, que é atacado por Valério, ou Aécio Neves e os demais tucanos que se alinham a ele?

O PT colheu o crescimento nas eleições e, por mais que a velha mídia tente induzir o contrário no noticiário, o cidadão brasileiro faz sua própria leitura ao ver Carlinhos Cachoeira e Marcos Valério dando declarações contra o PT, e afinados com o PSDB, o DEM e o PPS.

Em 2012, o PT percebeu que não existe vácuo na pauta denuncista. Se ficar se dedicando apenas à sua agenda positiva (objetivo de qualquer partido que está no governo), a oposição toma conta das manchetes sozinha. Daí perceberam a importância de criar a CPI do Cachoeira. Dividiu as manchetes com o julgamento do “mensalão”.

Pelo teor da linha editorial da velha imprensa neste final de ano, alinhada com a oposição demotucana, o noticiário político de 2013 será pautado (novamente) pelo denuncismo.

Por seu lado, o PT também vai tentar ocupar os espaços no noticiário político, com a diferença de que os casos que deverá explorar já estão fartamente documentados e comprovados.

E o partido já começou a fazê-lo, convidando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para explicar o escândalo da lista de Furnas. Outro ponto que deverá ser explorado pelo PT em 2013 é instalar a CPI da Privataria Tucana, já protocolada, com assinaturas suficientes e cobrar o julgamento do mensalão tucano. 

Só assim terá munição para enfrentar a guerra de pautas denuncistas, que a julgar pelo vazio de propostas da oposição, deverá dar o tom da velha mídia até as próximas eleições.