Servidores pressionam Haddad por reposição inflacionária e piso de R$ 755

Funcionalismo público de São Paulo quer recuperação das perdas da gestão Serra/Kassab e aumento real de 10%

Servidores em atividade de campanha salarial no centro da capital paulista (©Nelson Antoine/Folhapress)

São Paulo – Cerca de 300 servidores públicos municipais realizam hoje (29) uma manifestação na frente da Secretaria de Serviços da Prefeitura de São Paulo, no centro da capital, exigindo reajuste salarial e melhores condições trabalho. Os trabalhadores reivindicam reposição da inflação dos últimos oito anos, quando, na gestão José Serra/Gilberto Kassab (PSDB/PSD), receberam apenas reajustes anuais de 0,01%. Eles também pedem ao atual prefeito Fernando Haddad (PT) 10% de aumento real, melhoria na condição dos Agentes de Apoio, piso de R$ 755 e revisão da Lei 155, de 2012, que formalizou o reajuste de 0,01%.

De acordo com Luiz Rezende, diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), o objetivo do ato é pressionar a gestão Haddad a considerar as demandas. “No momento, a proposta do governo não atinge todas as categorias. Queremos que haja valorização dos profissionais, em oposição ao que houve nos últimos oito anos, quando não houve o mínimo respeito com o funcionalismo”, afirmou.

O sindicalista explica que a prefeitura propôs aumentar o piso dos funcionários operacionais em 71%, e do nível médio em 42%, mas não estabeleceu reajuste para o nível superior e os profissionais da saúde, sendo que estes últimos possuem carreira distinta. Em relação à reposição inflacionária e ao pedido de aumento real a prefeitura ainda não teria se posicionado, segundo o sindicato.

Hoje a pior condição é dos trabalhadores contratados como Agentes de Apoio, que podem estar em qualquer categoria, como zoonoses ou educação, por exemplo. Além do salário inicial deles ser inferior ao mínimo, há trabalhadores como Marcelo Gesualdo, de 42 anos, servidor público há 12 anos, que possui salário base de R$ 538. “Recebo uma gratificação, mais alguns benefícios, que elevam o valor final a cerca de R$ 1.500. No entanto, quando me aposentar, ou se eu adoecer, vou receber os meus direitos sobre a base de R$ 538. Não dá para viver com isso”, disse Gesualdo.

Os trabalhadores terão uma reunião com representantes da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão ainda às 14h de hoje, no edifício Martinelli, sede do governo municipal. Segundo Rezende, não há perspectiva de greve no setor no momento, mas isso sempre depende dos avanços nas negociações. 

“As negociações estão alternando evolução e retrocesso. Esperamos que o governo realmente queira fazer uma nova forma de gestão, valorizando os trabalhadores e sendo sensível às nossas demandas”, conclui.

Amanhã (30), representantes dos servidores da educação terão reunião com a secretaria municipal do setor, para discutir a pauta de reivindicações específica da categoria.

 

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