Servidores do Judiciário estão há 30 horas sem alimentação em fórum de SP

(Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress) São Paulo – Cerca de 80 servidores do Poder Judiciário do estado de São Paulo estão há quase 30 horas sem comer, no interior do Fórum […]

(Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress)

São Paulo – Cerca de 80 servidores do Poder Judiciário do estado de São Paulo estão há quase 30 horas sem comer, no interior do Fórum João Mendes. Os trabalhadores ocupam o fórum desde que policiais militares teriam trancado o fórum, após assembleia da categoria na tarde da quarta-feira (9). 

Segundo o presidente da Associação dos Servidores do Poder Judiciário do estado de São Paulo (Assojuris), Antonio Capela Novas, a “ocupação” do fórum não foi premeditada. Servidores em greve entraram no fórum João Mendes na tentativa de mobilizar os 2.200 trabalhadores do local, sem a intenção de permanecer no fórum. A Polícia Militar teria fechado o prédio para constranger e desmobilizar os militantes, mas o caso acabou se transformando em um ato político de resistência da categoria, conta o sindicalista.

“Toda quarta a gente entra no fórum para mobilizar os trabalhadores. Já que nos trancaram aqui, decidimos protestar contra a intransigência do Tribunal de Justiça, permanecendo no local”, diz Novas.

Depois da ocupação do prédio, o fórum permanece fechado, sem expediente e a entrada de alimento, inclusive água está proibida, informa o sindicalista. “Há quase 30 horas não entra alimento no prédio”, detalha. “A água é de torneira mesmo”, condena.

À noite, os trabalhadores dormiram no chão, sentados nos corredores do fórum. “A essa altura, todos estão muito cansados e ficando debilitados. Duas mulheres tiveram de tomar soro, por falta de alimentação”, conta.

O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e o deputado estadual Major Olímpio (PDT) estão em reunião com a direção do TJ para negociar a entrada de água e alimento para os trabalhadores.

Ato político

De acordo com Novas, a ordem de fechar o fórum teria partido do TJ e está causando indignação na categoria e aumentando a adesão à greve. “Acharam que a categoria ia sair rebaixada, mas se transformou em ato político e ganhou corpo”, pontua o sindicalista do interior do prédio. “Duas mil pessoas estão na praça aguardando a negociação”, cita.

Uma nova assembleia está marcada para esta sexta-feira (11), às 13h, na praça da Sé, para decidir os rumos do movimento, que dura 44 dias, e sobre a saída dos trabalhadores do fórum. 

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