Obra no Mineirão para na véspera da visita de Dilma

Nesta sexta (16), quando a presidenta visita o local, trabalhadores também ameaçam parar por melhores salários e condições de trabalho

Mineirão é considerado um dos estádios com obras mais avançadas para o evento esportivo (Foto: Sylvio Coutinho/Divulgação)

São Paulo – Os operários das obras da reforma do estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, para a Copa do Mundo de 2014 realizaram paralisação nesta quinta-feira (15) e ameaçaram suspender o trabalho também nesta sexta-feira (16), quando o local receberá a visita da presidenta Dilma Rousseff em evento que marcará a contagem regressiva dos mil dias para o início dos jogos. O protesto é por aumento salarial e melhores condições de trabalho na obra, que emprega cerca de 1,3 mil operários.

Segundo a Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), do governo de Minas Gerais, os trabalhadores retomaram as obras após início das negociações com o consórcio responsável. O Mineirão é considerado um dos estádios com obras mais avançadas para o evento esportivo. Segundo fonte da secretaria ouvida pela Reuters, “as negociações dos trabalhadores com a construtora prosseguem para se chegar a um acordo”.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção de Belo Horizonte e Região garante que a ameaça de greve não acontece por conta da presença da presidenta. “É por causa do salário e das condições de trabalho”, disse o presidente da entidade, Osmir Venuto. Uma assembleia está marcada para o período da manhã. 

Em junho, as obras do Mineirão ficaram paradas por quase uma semana pelas mesmas reivindicações. O consórcio Minas Arena, que também será responsável por operar o novo Mineirão, disse que cumpre as exigências de uma convenção coletiva com os trabalhadores e que mantém “altos padrões de qualidade e segurança”. Segundo a Secopa, o Mineirão está 100% dentro do cronograma e será entregue em dezembro de 2012.

Onda de paralisações

No Maracanã, os trabalhadores entraram na segunda semana de greve com uma “volta olímpica” em torno do estádio, na zona norte do Rio de Janeiro, contra a falta de condições de trabalho na obra. Os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Rio de Janeiro (Sitraicp) afirmam que a ausência de médicos nos alojamentos, além da má qualidade da alimentação servida aos operários, desencadeia mais mobilizações.

Uma paralisação que durou quatro dias ocorreu no mês passado, após uma explosão que feriu um operário e serviu de estopim para mobilização por melhores salários e condições de trabalho. Um acordo entre o Consórcio Maracanã 2014 e o sindicato foi feito, com aumento do valor da cesta básica e do plano de saúde. Porém, até o momento, não foi cumprido. Em notas para a imprensa, o consórcio argumentou que o acidente foi um “fato isolado” e que as causas do ocorrido foram apuradas e corrigidas.

Em balanço das obras apresentado pelo governo federal na terça-feira (13) em Brasília, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, disse que o problema dos estádios está “resolvido”. Dos 12 estádios que serão construídos ou reformados para o Mundial, os dois mais atrasados são os de São Paulo e Natal, que inclusive já foram descartados para a Copa das Confederações de 2013.

Com informações da Reuters