Guardas civis de SP fazem buzinaço contra Kassab

Trabalhadores em greve aumentam mobilização. Sindicato desconhece determinação da Justiça para o fim da greve

Guardas-civis procuram chamar atenção de Kassab (Foto: Rede Brasil Atual/Suzana Vier)

Há sete dias em greve, os trabalhadores da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo intensificaram a mobilização, em frente ao gabinete do prefeito Gilberto Kassab (DEM), com buzinaços ao longo desta segunda-feira (31). O sindicato da categoria não foi notificado a respeito de nenhuma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e, por isso, põe em dúvida a notícia sobre a decisão.

“Queremos dialogar. Só falta o prefeito deixar a intransigência de lado e nos chamar para conversar, o que não aconteceu até agora”, destaca Emerson Felizardo, secretário Jurídico do SindGuardas-SP.

Carlos Augusto da Sousa Silva, presidente da entidade, condenou a postura de Kassab: “o prefeito usa ferramentas de represália contra nossa categoria, transferindo guardas. Isso, na verdade, acirra muito mais os ânimos”.

De acordo com o sindicato, os guardas civis se revezam para manter 50% do efetivo nos postos de trabalho, conforme decisão judicial, que também considerou a greve legal.

Sindicato desconhece liminar

Durante toda a segunda-feira, os dirigentes do SindGuardas foram questionados sobre uma liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que determinaria a suspensão da greve. “Estamos estranhando essa história, porque o sindicato está aberto desde sete horas e até agora não fomos notificados”, afirmou Felizardo.

Alguns sites divulgaram a informação na noite de sexta-feira (28) a partir de uma mensagem eletrônica da Secretaria.

A reportagem procurou as assessorias de imprensa do TJ e da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, que até a tarde desta segunda responderam que não tinham informação sobre o assunto.

Só à noite, a assessoria de imprensa do TJ encaminhou à Rede Brasil Atual a liminar que determina a suspensão da greve da GCM e impõe multa de R$ 100.000 por dia, ao SindGuardas-SP e à Associação Paulista dos Integrantes e Funcionários das Guardas Municipais, no caso de descumprimento.

A reportagem voltou a procurar o sindicato logo após receber o documento.

Segundo Felizardo, o SindGuardas continua sem ser notificado sobre qualquer determinação judicial. “Quando formos notificados, vamos cumprir a determinação e no momento seguinte entrar com recurso para reverter a liminar”.

No Diário de Notícias Eletrônico da Justiça de São Paulo (clique aqui), não consta a publicação da decisão. 

Na tarde desta terça-feira (1º) o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) deve deliberar sobre a paralisação.