Congresso

Força reelege Paulinho, que pode pedir afastamento temporário

No comando da central desde 2000, dirigente já afirma que não apoiará a reeleição de Dilma, mas observa que posicionamento é particular

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Paulinho diz que Dilma foi desonesta com o movimento sindical e, por isso, não irá apoiá-la

São Paulo – A Força Sindical encerrou hoje (26) seu sétimo congresso nacional, em Praia Grande, litoral sul paulista, aclamando a reeleição de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, no comando da central desde 2000. Ele antecipou, no entanto, que vai discutir internamente seu afastamento, “a princípio temporário”, para dedicar-se mais a atividades políticas. A motivação está relacionada a sua situação no PDT (é deputado federal pela sigla) e à possível criação de um novo partido, o Solidariedade. O congresso não discutiu o tema, mas o sindicalista já afirma que não apoiará em hipótese alguma a reeleição de Dilma Rousseff em 2014.

“Jamais apoiarei. Acho que ela foi desonesta com o movimento sindical, e vai perder muito apoio”, comentou Paulinho. Ele observa que isso não significa um posicionamento da central, onde há dirigentes ligados a outros partidos. Da mesma forma, cada qual tem sua visão a respeito das negociações com o governo sobre a chamada agenda trabalhista. “A impressão é de que o governo está atabalhoado. Eu, pessoalmente, não tenho expectativa (sobre o andamento da pauta). Muita gente da Força acha que sim.”

Com aproximadamente 3.500 delegados (representando 2.300 entidades), em um total de 4 mil participantes, o congresso também aprovou uma resolução sobre a paralisação nacional de 30 de agosto, pelo atendimento das reivindicações das centrais. “Não é uma greve geral”, observa Paulinho. Os sindicalistas se reunirão na próxima segunda-feira (29), na sede da UGT, em São Paulo, para discutir a organização do movimento. Também está previsto um ato no dia 6 contra o Projeto de Lei 4.330, de 2004, sobre terceirização.

A direção eleita hoje é praticamente a mesma, com alguma ampliação, segundo o presidente, devido ao crescimento de alguns setores na Força, como o eletricitário, de transportes e serviço público. Nos últimos anos, diz ele, a central ganhou 300 sindicatos de servidores públicos, o que o dirigente atribuiu a um “descolamento da CUT” e a certa insatisfação com o governo.

Criada em março de 1991, a Força é hoje a segunda maior central em número de filiados, de acordo com o Cadastro Nacional de Entidades Sindicais, do Ministério do Trabalho e Emprego. Considerando apenas as atualizações validadas, a CUT tem 2.243 e a Força, 1.680. Em seguida, vêm Nova Central (1.078), UGT (1.068) e CTB (678). A CUT informa ter atualmente 3.800 entidades filiadas e a Força, 2.900.