Diretora da OIT vê ‘experiência única’ em conferência do trabalho

Elizabeth Tinoco disse que a conferência é produto de um processo que se consolidou de baixo para cima

Brasília – A diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a América Latina e o Caribe, Elizabeth Tinoco, vê na conferência sobre trabalho decente iniciada hoje (8) uma “experiência única” de diálogo tripartite feita pelo Brasil. “É um exemplo de que se pode alcançar crescimento com proteção social, quando existe vontade política”, afirmou. Segundo ela, a conferência “é produto de um processo participativo que se consolidou de baixo para cima, e essa é a sua força”. O país hoje é uma liderança global, disse a dirigente da OIT, que serve de exemplo de como o crescimento econômico pode ser impulsionado pelo desenvolvimento social, além de ser referência no combate ao trabalho infantil e forçado.

“Os esforços deverão continuar devido à incerteza causada pela crise”, afirmou Elizabeth, ao falar em ações a serem adotadas pelos países. “O caminho a seguir será por meio de maior integração entre políticas econômicas e sociais.”

Para o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, a conferência é o “maior processo de consulta popular”, que visa a alcançar um modelo representativo sobre o tema. “É a agenda que deve definir os rumos da atividade fundamental para a construção de toda a riqueza humana. O Brasil havia abandonado sua vocação para a produção e o trabalho, que voltou para o centro do processo de desenvolvimento.” Dessa forma, o governo deverá “absorver” a agenda por meio do diálogo social, incluindo temas gerais e pontuais, como a redução da jornada e o fator previdenciário.

Sobre o aumento do número de nomes na chamada “lista suja” do Ministério do Trabalho, que inclui empregadores flagrados em práticas de trabalho análogo ao escravo, ele afirmou que isso, em primeiro lugar, é resultado da maior fiscalização. O aumento da atividade econômica, segundo ele, também traz novas situações e focos dessa natureza. “O próprio surgimento dessa lista é a maior prova de que existe uma ação firme do Estado brasileiro.” Segundo Brizola Neto, a PEC do Trabalho Escravo, aprovada recentemente, pode ajudar a diminuir a impunidade.

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