CUT ressalta em congresso o desenvolvimento sustentável e o meio ambiente

Temas se somam às demais bandeiras da entidade. Rede Brasil Atual acompanha 10º Concut que ocorre até sexta. Veja imagens

Abertura do 10º Concut, em São Paulo (Foto: Dino Santos/Divulgação)

O desenvolvimento sustentável e ações para a preservação do meio ambiente entraram na pauta do movimento sindical brasileiro, especialmente da Central Única dos Trabalhadores. O 10º Congresso Nacional da CUT (Concut), cuja abertura aconteceu na noite da terça-feira (4), no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), vai debater até sexta-feira (7) as ações da Central, focados em temas que já fazem parte das lutas do movimento sindical, como trabalho, renda e direitos, e também no modelo de desenvolvimento que os trabalhadores brasileiros querem para o país.

No seminário internacional que antecedeu o Concut, entre segunda e terça, e que reuniu sindicalistas de 48 países, a sustentabilidade e a inserção das entidades sindicais na defesa do meio ambiente já permearam os debates, ressaltados também na solenidade de abertura pelo presidente da CUT, Artur Henrique da Silva Santos.

Nesta terça, o assunto volta à pauta, com uma conferência da senadora Marina Silva (PT-AC) e da professora Tânia Bacelar. E nesta quinta (6), o Concut receberá o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para a assinatura de protocolo de licença ambiental, que garantirá aos sindicatos a participação na definição de condições e exigências para a concessão de licença ambiental.

O 10º Concut reúne cerca de 2.500 delegados de sindicatos todo o País e mais de 100 sindicalistas estrangeiros, convidados para acompanhar os debates e definirem ações conjuntas no âmbito do movimento sindical internacional.

Abertura

O ato de abertura do Congresso teve a participação de representantes das demais centrais sindicais brasileiras, da União Nacional dos Estudantes, da Coordenação dos Movimentos Sociais, da Marcha Mundial de Mulheres, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, do PT e PCdoB, da Central Sindical Internacional, e dos ministros da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci, e da Igualdade Racial, Edson santos. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, enviou a sua saudação em vídeo, no qual destacou que os objetivos da CUT são coincidentes com os do governo, no que se refere à construção de um novo modelo de desenvolvimento, com proteção social.

Cerca de três mil pessoas acompanharam a solenidade. Luiz Dulci, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, que no ato representou o presidente Lula, afirmou que a CUT, ao longo de seus 26 anos, foi fundamental para a consolidação da democracia no País.

“A CUT fez muito não só em defesa dos trabalhadores, pela sociedade brasileira. A Central e seus sindicatos filiados construíram o caminho da retomada do crescimento, com emprego, geração de renda e programas sociais, mostrando que o movimento sindical brasileiro pode influir nas decisões do Estado. Antes, por que só os detentores do capital podiam fazê-lo?”, argumentou o ministro.

A crise do neoliberalismo – evidenciada com o revés financeiro mundial – também foi destacada pelos demais oradores da solenidade. O presidente da CUT, que encerrou o ato, ressaltou que o enfrentamento da crise reafirma desafios do sindicalismo, como a luta por emprego, renda e redução da jornada de trabalho. “Mas também temos de abrir um amplo processo de debate para definir a plataforma da classe trabalhadora para disputar o modelo de desenvolvimento que queremos para o país, com sustentabilidade e proteção social”, afirmou Artur.

Homenagem

O 10º Concut foi denominado Congresso José Olívio, em homenagem ao engenheiro e um dos fundadores da Central, que faleceu em 10 de dezembro. No ato de abertura, foi feita homenagem ao sindicalista, capitaneada pelo primeiro presidente da CUT, Jair Meneguelli, que destacou a determinação e a alegria com que José Olívio desenvolveu suas atividades como dirigente. A viúva e os filhos do sindicalista estiveram presentes.

O baiano José Olívio foi diretor do Sindicato dos Engenheiros da Bahia e integrou a primeira direção da CUT Nacional. Também participou da diretoria da entidade até 1994, quando assumiu a representação da CUT junto ao Conselho Curador do FGTS. Foi também representante dos trabalhadores brasileiros no Conselho da Organização Internacional do Trabalho e secretário adjunto da Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres, atual Central Sindical Internacional.

Em 2007, foi nomeado diretor do Departamento de Atividades para os Trabalhadores da OIT para a América Latina e Caribe, cargo que ocupou até o seu falecimento.