Bancários do BB paralisaram atividades nesta terça em 20 cidades no país

Trabalhadores cruzaram os braços por revisão do novo plano de funções

São Paulo – Funcionários do Banco do Brasil de pelo menos 20 cidades do país paralisaram as atividades hoje (30), de acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Os bancários reivindicam revisão do novo plano de funções implementado pela direção da instituição, que, de acordo com a categoria, traz perdas salariais e redução das comissões dos trabalhadores. Eles também pedem abertura de negociações.

Segundo levantamento preliminar da Contraf ocorreram paralisações, protestos e manifestações em 14 capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Porto Alegre, Fortaleza, Campo Grande, Teresina, Maceió, Vitória, João Pessoa, Porto Velho e Macapá. O movimento atingiu ainda Dourados (MS), Santos (SP), Campinas (SP), Criciúma (SC), Itamaraju (BA) e municípios do ABC paulista.

“O banco não quer ouvir a discordância dos sindicatos com a diminuição do valor das funções gratificadas”, afirmou ao site da Contraf o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, William Mendes. “Não quer atender a reivindicação dos funcionários de não mexer nos direitos conquistados com greve, como o adicional por mérito, o aumento real de 36% no piso e o reajuste de mais de 16% acima da inflação sobre todas as verbas salariais, inclusive as gratificações de função.”

Para o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a paralisação na capital paulista cumpriu as expectativas. Aderiram os escritórios da Avenida São João, da rua XV de Novembro, do Centro de Serviço Imobiliário, do Crédito Imobiliário, do Centro de Atendimento e do SAC, além de mais 21 agências, concentradas principalmente nas regiões sul e central da cidade. 

A presidenta do sindicato, Juvandia Moreira, enfatizou que apenas com mobilização a situação dos trabalhadores poderá ser revertida. “O que está colocado em questão é se a gente vai baixar a cabeça para os desmandos da direção do banco. Nós estamos lutando para que amanhã eles não retirem outros direitos dos trabalhadores. Se nós não fizermos esse movimento, é o que vai acontecer”, disse, em nota publicada no site da entidade.

Para o sindicato, a medida – que começou a vigorar em janeiro – faz com que escriturários e caixas, ao serem promovidos para assistentes ou gerentes, ingressem na função com salários menores e sem garantia de reajustes. Segundo a entidade, os assistentes recém-promovidos que optaram pela jornada de seis horas tiveram redução salarial de 16,25%.

O BB não se posicionou sobre a greve, mas emitiu um comunicado em março afirmando que o plano “valoriza os funcionários”. Segundo a nota, a instituição proporciona “aumento de 12% no valor da hora de trabalho, para quem optar pela jornada de seis horas. Ou seja, não haverá desvalorização do salário, mas redução do número de horas trabalhadas a serem pagas”.

 

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