campanha salarial

Agentes penitenciários em greve recebem proposta do governo de São Paulo

Executivo apresentou proposta de pagamento por jornada extra e mudança no plano de cargos. Discussões sobre reajuste salarial devem se iniciar nos próximos 60 dias. Categoria faz assembleias à noite

Sindasp

Trabalhadores se reunirão a partir das 18h, em frente às unidades prisionais, para decidir se mantêm paralisação

São Paulo – Agentes penitenciários do estado de São Paulo fazem assembleias hoje (11), a partir das 18h, para avaliar proposta apresentada pelo governo estadual. A categoria está em greve desde ontem.

O Executivo propõe pagamento de diária especial, no valor de R$ 161,12, em caso de convocações para cumprimento de jornada extraordinária – com limite de dez por mês – e adequação no plano de cargos, carreiras e salários, com redução de oito para sete nos níveis exigidos para promoção salarial. Segundo sindicalistas, o tempo máximo para atingir o topo no plano cairia de 35 para 28 anos.

O Sindicato dos Agentes de Segurança no Estado de São Paulo (Sindasp) informa que os servidores estão há cinco anos sem receber reajuste, com perdas acumuladas em 20,64%. Representantes do governo pediram prazo de 60 dias para iniciar as negociações sobre o assunto. Pela proposta, também seria criado um grupo de trabalho, com a participação do sindicato, para discutir critérios para a criação de um bônus pago por assiduidade. “Esperávamos um resultado melhor, mas saberemos somente à noite se a greve vai continuar ou não. Hoje ampliamos a paralisação”, disse o presidente do Sindasp, Daniel Grandolfo.

Segundo a entidade, a greve ocorre em 88 das 158 unidades prisionais do estado. Nestes locais, os trabalhadores da “muralha”, que atuam na segurança dos presídios, não participam da paralisação.

Os agentes continuam atuando na segurança e disciplina interna, mas suspenderam atividades como atendimento de assistentes sociais e psicólogos, entrega de “jumbos” (encomendas via correios), visita de advogados. O sindicato informa que as transferências de detentos para qualquer região do estado também foram suspensas. Somente os serviços de alimentação, saúde e banho de sol estão mantidos.

Participaram da negociação representantes do Sindasp e as secretarias da Administração Penitenciária, do Planejamento e Desenvolvimento e da Casa Civil.