Campanha salarial

Aeronautas e aeroviários tentam melhorar proposta salarial para fechar acordo

Trabalhadores da CUT e da Força reivindicam 12% e 11%, respectivamente. Setor patronal oferece reposição da inflação, estimada entre 5,6% e 6%. Aeroviários fazem manifestação em Congonhas

CNTT-CUT

Com data-base em 1º de dezembro, categoria espera encerrar a campanha na primeira quinzena do próximo mês

São Paulo – Em campanha unificada, aeronautas e aeroviários, com data-base em 1º de dezembro, têm nova rodada de negociação na próxima quinta-feira (21). Após quatro reuniões, o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) propôs reajuste com base na inflação acumulada em 12 meses, até novembro, estimada em 5,6% a 6%, segundo o Dieese, com base no INPC-IBGE. Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac-CUT), a proposta já foi rejeitada.

Na quinta (21), os trabalhadores reúnem-se para continuar o debate sobre as cláusulas sociais dos aeroviários – funcionários da área administrativa. Já na terça da semana que vem (26), serão discutidos temas da campanha dos aeronautas – que atuam nas aeronaves (pilotos, co-pilotos e comissários). A última rodada de negociação, para as duas categorias, está prevista para 4 de dezembro.

De acordo com o presidente da Fentac, Celso Klafke, essa é a primeira vez que o setor patronal apresenta uma proposta antes de encerradas todas as negociações. “A proposta inicia a negociação num tempo razoável. Ela não atende às nossas reivindicações e, por isso, foi rejeitada, mas neste ano esperamos encerrar a campanha na primeira quinzena de dezembro, o que, claro, dependerá de como evoluírem as discussões”, afirma. “Recentemente as empresas aéreas já fizeram muitas demissões no setor, o que levou a um ajuste nas folhas de pagamento. Agora, queremos que o reconhecimento dos trabalhadores, que têm mantido a mesma produção, mesmo com menos funcionários, seja feito com aumento real nos salários. Vamos trabalhar para avançar nessa questão.”

A Fentac representa aproximadamente 100 mil trabalhadores.

Protesto

Em São Paulo, a partir das 7h de amanhã (19), os trabalhadores representados pelo Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo, filiado à Força Sindical, protestam no saguão do aeroporto de Congonhas, na capital. Eles reivindicam 11% de reajuste salarial, cesta básica de R$ 333, redução da jornada de trabalho para 40 horas e abono no valor de um salário, entre outros. O setor patronal também propõe somente reajuste com base na inflação.

Segundo o presidente do sindicato, Reginaldo Alves de Souza, a categoria pode entrar em greve até o dia 30, caso não haja avanço nas negociações. “Vamos pressionar para melhorar esse índice de reajuste. Os trabalhadores querem aumento real nos salários, tendo em vista a produtividade da categoria neste ano, cheio de grandes eventos. Do contrário não descartamos a possibilidade de greve, até o final do mês.” Novas negociações estão marcadas para esta semana e a próxima.

A entidade representa cerca de 45 mil aeroviários, com trabalhadores de todos os aeroportos, com exceção de Cumbica, em Guarulhos.


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