Temer vê ‘pacificação das relações sociais’ em ato de centrais e Fiesp

Documento com itens de consenso entre trabalhadores e empresários sobre reforma tributária e apoio à indústria deverá ser analisado por Dilma. Reunião pode ser marcada para a semana que vem

São Paulo – O documento das centrais e dos empresários com propostas comuns de apoio à indústria foi visto pelo presidente da República, Michel Temer, como um sinal de “pacificação das relações sociais”. Ele recebeu o texto no final do seminário realizado nesta quinta-feira (26) pela Fiesp, CUT, Força Sindical e sindicatos de Metalúrgicos do ABC e de São Paulo. “Em vez da litigiosidade permanente, percebemos uma tentativa de sucesso”, afimou o vice-presidente, que também disse ter comparecido ao evento com o objetivo de representar a proximidade da presidenta Dilma Rousseff com a causa.

“Ao levar esta proposta à presidenta, vamos ver se conseguimos que essa audiência não fique só entre vocês” disse Temer. Ele adiantou que uma reunião com Dilma poderá ser marcada na próxima semana, em Brasília. A respeito de um dos pontos defendidos – redução das importações e prioridade à produção nacional –, ele revelou que já existe articulação no governo.

Os presidentes da CUT, Artur Henrique, e da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), reforçaram em seus discursos a importância da união entre as duas centrais, após um período de rusgas, para alcançar um objetivo comum. CUT e Força concentram praticamente a totalidade dos sindicatos de metalúrgicos no país. Apenas os de São Paulo e do ABC representam mais de 400 mil trabalhadores.

Artur cobrou um posicionamento do governo quanto às questões apresentadas. “O primeiro passo já foi dado, com clareza. Estamos deixando de lado as divergências sindicais momentaneamente. Esperamos a participação do governo na retomada da câmara setorial”, disse, referindo-se a uma modalidade de negociação tripartite, para discutir estratégias, ações e metas para o setor..

Em consenso com o líder da CUT, o deputado também falou sobre o papel do governo. “Tratando-se do governo, tem que negociar. Mas também levar o porrete”, ironizou. A taxa de juros e a deficiência na produção de peças no país foram criticados por Paulinho, além da afirmação do economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, que durante palestra apontou a redução dos salários como uma solução possível para o aumento do câmbio.

Leia também

Últimas notícias