Defesa das estatais

TST determina que mobilização na Caixa mantenha 60% em atividade

Categoria realiza hoje paralisação em protesto contra a ação do presidente Jair Bolsonaro ao banco público, que pretende abrir o capital da Caixa Seguridade na próxima quinta-feira

Marcelo Camargo / ABr
Marcelo Camargo / ABr
Contraf-CUT acata a determinação e exige que a Direção da Caixa também o faça, respeitando o percentual de 40% dos seus trabalhadores que têm o direito constitucional de paralisar atividades

São Paulo – O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou nesta segunda (26) que os trabalhadores da Caixa Econômica Federal mantenham 60% dos bancários em atividade. A determinação refere-se a mobilização que é realizada hoje.

A categoria realiza paralisação em protesto contra ataques da gestão Bolsonaro e do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ao banco público. O motivo da mobilização é a abertura de capital da Caixa Seguridade, uma das operações mais rentáveis do banco, marcada para a próxima quinta-feira (29) na Bolsa de Valores.  

“Judicialização” do conflito

Para a Contraf-CUT, que representa os trabalhadores, a direção do banco optou “por judicializar” o conflito trabalhista. A direção pediu ao TST tutela provisória antecedente preparatória de dissídio coletivo de greve, em que foi proferida decisão liminar determinando que sejam mantidos, em serviço, 60% dos empregados bancários da Caixa e suas subsidiárias em atividade, de forma remota ou presencial, a partir da zero hora desta terça e durante todo o período de greve.

“Diante de tal decisão a Contraf-CUT acata a determinação e exige que a Direção da Caixa Econômica Federal também o faça, respeitando o percentual de 40% dos seus trabalhadores bancários que têm o direito constitucional de paralisar suas atividades neste dia, advertindo que outra atitude resultará no descumprimento da decisão judicial e do que disposto na Lei de Greve (artigo 11, caput)”, afirmou a entidade.

Banco público

“Da mesma forma, conforme decidido liminarmente deverá a Direção da Caixa Econômica Federal garantir ao percentual de 60% de bancários que trabalharão presencialmente todas as cautelas, zelo, equipamentos, cuidados e precauções determinados pela Ciência e pelas instituições afins a essa temática da saúde pública, como, ilustrativamente, a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil, além das autoridades regionais e locais, onde competentes e aptas para assim atuarem”, disse ainda o comunicado dos trabalhadores.

A Contraf-CUT enfatiza que em 2020 os empregados atenderam mais da metade da população brasileira, demonstrando ser a Caixa imprescindível como banco público e primordial em sua ação social. “No ano passado, mais de 120 milhões de brasileiros recorreram à Caixa – principal banco público do país – em busca do auxílio emergencial, seguro desemprego e para saques do FGTS. Defender a Caixa, como banco público, passa também pelo reconhecimento de seus empregados e pela defesa de melhores condições de trabalho para estes trabalhadores.”

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