Base da CUT

Acordos salariais de metalúrgicos em São Paulo injetam quase R$ 300 milhões na economia

Convenções coletivas com vários grupos patronais já alcançam 138 mil trabalhadores no estado, sendo 40 mil no ABC

Adonis Guerra/SMABC
Adonis Guerra/SMABC
Metalúrgicos da CUT no estado de São Paulo renovaram convenção coletiva com vários grupos patronais: presidente de federação destaca conquista em tempos de economia em baixa e perda de direitos

São Paulo –Apesar do cenário incerto da economia, metalúrgicos da base da CUT no estado de São Paulo têm conseguido fechar acordos salariais com ganho real (acima da inflação). Na última terça-feira (29), representantes da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da central (FEM-CUT) assinaram convenções coletivas com vários grupos patronais, que alcançam aproximadamente 138 mil trabalhadores, sendo 40 mil no ABC. De acordo com a entidade, um levantamento da subseção do Dieese aponta incremento de R$ 287 milhões na economia em 12 meses – e aproximadamente R$ 85 milhões apenas na região do ABC.

Segundo a FEM-CUT e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o reajuste será de 3,8%, sendo 3,28% com reposição da inflação do período e 0,5% a título de aumento real. As cláusulas sociais são renovadas. A data-base é 1º de setembro.

“Em tempos de reforma trabalhista, fim da ultratividade, terceirização, trabalho intermitente, inflação baixa pela economia desaquecida, de governo falando o tempo todo que trabalhador precisa abrir mão de direitos, de alta do desemprego, economia em baixa, situação política, ataques aos sindicatos e enfraquecimento das bancadas patronais, tudo conspirava contra as negociações. Foi uma campanha salarial durante um período de demissões”, avaliou o presidente da federação, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão. “A busca incansável para chegar ao entendimento fez essa campanha salarial ser longa. E essa conjuntura faz com que chegar a assinatura da convenção coletiva seja algo extremamente vitorioso”, acrescentou.

Os acordos foram assinados com grupos econômicos que incluem Sindicel (condutores elétricos), Sicetel (trefilação e laminação), Siescomet (esquadrias metálicas), Sinafer (artefatos de ferro), Simefre (equipamentos rodoferroviários), Siamfesp (artefatos de metais não-ferrosos), Sindratar (refrigeração e aquecimento de ar), Sindimaq (indústria de máquinas e equipamentos), Sinaees (aparelhos eletroeletrônicos), Sindipeças (autopeças), Sindiforja (forjaria), Sinpa (parafusos) e fundição. Ainda não houve acordo em estamparia e no Grupo 10.