Criatividade

Livro reúne legado da gestão Haddad na área de trabalho

Uma das principais ações destacadas é decreto assinado pelo prefeito em outubro de 2015, prevendo que compras públicas de até R$ 80 mil sejam feitas exclusivamente por pequenas e médias empresas

Roberto Parizotti

“São políticas públicas que não podem ser retiradas de uma hora para outra”, diz Artur Henrique

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), lançou mão de estratégias consideradas “criativas” para fortalecer o empreendedorismo e a renda como alternativa ao emprego formal: o decreto que regulamenta compras públicas de pequenas empresas e políticas para fortalecer cooperativas. Estratégias como essas, que ficam de legado para as próximas gestões, foram reunidas no livro Desenvolvimento, Trabalho e Inovação: A Experiência da Cidade de São Paulo, organizado pelo secretário municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, Artur Henrique, e editado pela Fundação Perseu Abramo.

“Quando assumimos, a crise começava a se anunciar do ponto de vista internacional, com redução do preço das commodities e do petróleo. Esse cenário veio a agravar a situação do emprego na cidade de São Paulo. Nessa hora temos que usar a criatividade, porque a prefeitura não gera empregos diretamente, mas pode impulsioná-los”, disse Artur Henrique.

Uma das principais ações destacadas é um decreto assinado pelo prefeito em outubro de 2015, prevendo que compras públicas de até R$ 80 mil sejam feitas exclusivamente por pequenas e médias empresas. “Nós ajudamos a fortalecer as cooperativas e a economia solidária como estratégia de desenvolvimento para ajudar a resolver o desemprego”, disse. “São ações implementadas como políticas públicas que não podem ser retiradas de uma hora para outra. Têm que ser mantidas.”

O livro faz o registro de programas como o Transcidadania, que capacita profissionalmente travestis e transexuais, e a compra de merenda escolar orgânica, adquirida de agricultores familiares da zona rural paulistana. As ações da gestão Haddad estão descritas em artigos e relatos do próprio secretário envolvido, de especialistas em Trabalho e dos participantes dos projetos.

“Não foi apenas uma experiência de democracia, mas de humanidade ao longo da gestão”, frisou Artur Henrique, durante a cerimônia de lançamento do livro, realizada na noite de ontem (22), no Café dos Bancários, na região central da cidade.

Participaram do evento também a vice-prefeita, Nádia Campeão, a primeir- dama, Ana Estela Haddad, o presidente da CUT, Vagner Freitas, o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, o ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo Luiz Cláudio Marcolino, o secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, o vereador eleito Eduardo Suplicy (PT), o vereador Chico Macena (PT) e o economista Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, entre outros.

“Estamos vivendo na prefeitura um período de transição, não só para uma nova gestão eleita, mas também para as novas posições de luta que deveremos adotar daqui para a frente”, disse a vice-prefeita. “Todo esse processo vai indicar como vamos passar a nos organizar nos partidos e nos sindicatos.”

Pochmann afirmou que o livro é uma referência para as políticas públicas na área de trabalho. “O diálogo e a democracia são duas fortes marcas do governo Haddad. Ele ouviu a população de forma como poucos governos fazem”, disse.

A secretária de Formação Sindical dos Sindicato dos Bancários de São Paulo, Neiva Maria Ribeiro dos Santos, ressaltou que será preciso “trabalho árduo” das entidades sindicais e dos trabalhadores para impedir perda de direitos durante a gestão do próximo prefeito, João Doria (PSDB).