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Richa cede e suspende tramitação de ‘pacotaço’ no Paraná após protestos

Professores do Paraná estavam em greve desde segunda-feira (9) e acampavam na Assembleia Legislativa desde terça-feira para evitar a aprovação de projetos que alteram carreira do funcionalismo

Joka Madruga/Futura Press/Folhapress

Manifestantes rompem cerco policial e ocupam Assembleia Legislativa do Paraná para impedir aprovação do ‘pacotaço’

São Paulo – O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), cedeu à pressão dos milhares de manifestantes que cercaram a Assembleia Legislativa do estado e retirou hoje (12) os projetos de lei 6 e 60, de 2015, que alteram o sistema de previdência, cortam benefícios e alteram a carreira do funcionalismo público – o chamado pacotaço. Os projetos incluem a autorização de uso de R$ 8 bilhões da poupança do ParanáPrevidência pelo estado.

Em comunicado da Casa Civil, o governo Richa informa que fará um reexame do projeto por conta das manifestações e para “garantir a integridade física dos deputados”.

Por volta das 15h, os manifestantes ocuparam a Assembleia e enfrentaram a Tropa de Choque da Polícia Militar, que protegeu os deputados em um ônibus militar para garantir o acesso deles ao prédio.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP), acuados no restaurante da Assembleia, 44 deputados deram início à sessão que votaria os projetos, enquanto manifestantes atravessaram os portões cantando o hino nacional. De acordo com o sindicato, a sessão foi interrompida depois que a Polícia Militar passou a usar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes

Segundo o secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini, quatro manifestantes e quatro policiais militares ficaram feridos. Os manifestantes desocuparam a Assembleia, mas dizem que não vão interromper a greve e permanecerão acampados em uma praça próxima ao prédio.

A mobilização dos funcionários públicos contra os projetos teve início na segunda-feira (9), com a greve dos professores e funcionários da rede pública de ensino, que foram seguidos por servidores e docentes das universidades estaduais. Na terça-feira houve a primeira ocupação do plenário da Assembleia.

Com a ocupação, os deputados estaduais chegaram a realizar uma reunião no restaurante da Assembleia Legislativa, ontem, mas não conseguiram encaminhar a votação dos projetos.