Eletricitários

Trabalhadores da Eletrobras fazem paralisação de 24 horas

Categoria, com data-base em 1º de maio, teme que empresa espere por adesões a plano de demissões voluntárias, até julho, antes de responder às reivindicações

São Paulo – Cerca de 30 mil trabalhadores do Sistema Eletrobras fizeram paralisação de 24 horas hoje (17) em 14 unidades da empresa. Embora a data-base para renovação do acordo coletivo da categoria seja 1º de maio, as negociações entre a empresa e representantes dos empregados caminham devagar.

Uma reunião entre as partes está programada para a próxima sexta (21). Mas o presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Franklin Moreira Gonçalves, teme que a direção da Eletrobras espere pela conclusão de um plano de demissões voluntárias antes de concretizar propostas para o novo acordo coletivo.

A empresa deu prazo até 10 de julho para que funcionários com mais de 20 anos de casa adiram ao PDV – dos total de 28 mil empregados, 9.800 são elegíveis e a empresa espera que, no mínimo, metade deles aceite o desligamento incentivado. Ao empregado que optar, é oferecida uma indenização adicional de 0,65% do salário para cada ano trabalhado, além da multa regulamentar de 40% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e extensão da assistência médica por até cinco anos.

Os funcionários reivindicam aumento real de 3,6%, auxílio-educação, revisão e melhoria no Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, fortalecimento do setor elétrico estatal, extensão de plano de saúde aos aposentados, entre outros itens.

“O nosso acordo coletivo não pode estar vinculado a esse PDV. Apenas uma rodada de negociação aconteceu até o momento. Queremos de fato iniciar um processo de discussões nessa nova reunião. Do contrário, vamos analisar a possibilidade de greve por tempo indeterminado”, afirma Franklin.

O dirigente afirma que o governo federal, por meio do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), tem determinado às empresas do Sistema Eletrobras a redução de direitos, como gratificação de férias e plano de saúde. A reportagem tentou ouvir a direção da empresa, mas ainda não obteve resposta.

Segunda a federação, paralisações desta segunda-feira ocorreram em Furnas, Eletronorte, Cepel, Eletronuclear, Eletrosul e em empresas de distribuição nos estados de São Paulo, Alagoas, Piauí, Rondônia, Roraima, Acre e Amazonas. O protesto não afetou o fornecimento de energia.