Para OIT, Bolsa Família tem fatores a favor e contra mulher no mercado de trabalho

São Paulo – A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou hoje (11) o relatório Tendências Mundiais de Emprego das Mulheres 2012, no qual cita o Bolsa Família e o programa […]

São Paulo – A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou hoje (11) o relatório Tendências Mundiais de Emprego das Mulheres 2012, no qual cita o Bolsa Família e o programa mexicano “Progresa/Oportunidades” como planos de redução de pobreza que ajudam a melhorar o bem-estar da família por meio de benefícios entregues às mães. De acordo com o relatório da OIT, porém, os programas envolvem uma solução que mantém a divisão de gênero convencional de trabalho remunerado e não remunerado, reforçando estereótipos de gênero (o homem trabalha fora e tem rendimentos e a mulher, que trabalha em casa, não).

Para a OIT, ao colocar como condição para participar do programa o trabalho das mães na comunidade, em atividades como limpeza de escolas, por exemplo, assim como manter os exames das crianças em dia, o Bolsa Família dificulta às mulheres manter todos os compromissos. Isso, diz o relatório, é prejudicial à vida profissional e “aumenta o risco de rejeição de mães que trabalham”.

Apesar dos problemas, o Bolsa Família não só ajudou na melhoria do nível de escolaridade da população, mas também reduziu a diferença de escolaridade entre homens e mulheres, o que beneficiou a empregabilidade das mulheres. 

Os dados usados pela OIT são do Bolsa Família de 2006, quando havia cerca de 11 milhões de famílias atendidas pelo programa. O número é atualmente cerca de 13,7 milhões.