Servidores federais em greve criticam ‘morosidade’ do governo para negociar

Esta semana, adesão à greve deve chegar a dez ministérios. Já resposta do governo federal segue lenta, dizem sindicalistas (Foto: CUT-DF/Divulgação) São Paulo – Servidores federais levaram carroças para a […]

Esta semana, adesão à greve deve chegar a dez ministérios. Já resposta do governo federal segue lenta, dizem sindicalistas (Foto: CUT-DF/Divulgação)

São Paulo – Servidores federais levaram carroças para a Esplanada dos Ministérios, hoje (3) pela manhã, em Brasília, para criticar a “morosidade” do governo federal em negociar com os trabalhadores, em greve há 16 dias. Cerca de 2 mil servidores participaram da manifestação, de acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federal (Sindsef), Oton Pereira Neves. Nova negociação está marcada para a quinta-feira (5), no Ministério do Planejamento.

Segundo o sindicalista, a pauta de reivindicações foi entregue à ministra do Planejamento Miriam Belchior em janeiro, mas até o momento “nenhuma linha de proposta foi formulada pelo governo”.  Para o presidente da CUT do Distrito Federal, Rodrigo Britto, as carroças demonstram a “lentidão do governo em lidar com os servidores”, conforme nota da central.

Durante o protesto, representantes dos comandos de greve foram recebidos pelo secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho. De acordo com Neves, o ministro prometeu aos servidores em greve “conversar com a presidenta Dilma Rousseff para antecipar a proposta do governo”. O documento seria apresentado no próximo dia 31, mas com o compromisso do ministro a expectativa é de que ocorra antes.

Para o sindicalista, apesar da dificuldade em negociar, os servidores federais realizam a maior greve dos últimos 19 anos. “Construímos unidade entre os servidores”, afirmou. Até o final da semana, Neves calcula que já haverá dez ministérios em greve. Participam do movimento, que começou em 18 de junho, os servidores dos ministérios da Saúde, do Trabalho, da Previdência, da Integração Nacional, da Justiça e do Desenvolvimento Agrário.

Hoje, os trabalhadores do Ministério do Planejamento também pararam as atividades. Ainda devem parar esta semana os ministérios dos Transportes, das Comunicações e do Desenvolvimento e Indústria e Comércio. Também pararam as atividades os servidores do Hospital das Forças Armadas (HFA), a Funasa Presidência, do Incra, da Funai, da Funasa Campos e do Arquivo Nacional.

Além de reajuste salarial, os servidores públicos federais de diversos setores cobram a reestruturação das carreiras antes da realização de novos concursos públicos e protestam contra a Medida Provisória 568, de 2012, em tramitação no Congresso Nacional, que propõe mudança no cálculo dos adicionais de insalubridade e de periculosidade, além de alterar a carga horária de médicos e outras categorias que possuem jornada estabelecida em lei. A categoria reclama ainda a falta de definição de uma data-base.