Centrais sindicais pedem a Lula a criação de metas internacionais de emprego, durante G-20

Líderes mundiais se reúnem com Lula, presidentes e primeiros-ministros do G-20 para pedir apoio à plataforma dos trabalhadores. Geração de emprego e controle do sistema financeiro estão entre as pautas

Lula conversa com Artur Henrique, presidente da CUT, sobre as metas dos trabalhadores (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Lula se comprometeu com as centrais sindicais de Brasil, Itália, Japão, Espanha, Estados Unidos e a direção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) a defender a criação de metas de emprego em nível internacional, em encontro nesta quinta-feira (24), em Pittsburg (EUA), onde acontece, até sexta-feira (25), a reunião das 20 maiores economias mundiais (G-20).

De acordo com Artur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que solicitou o encontro, representantes de centrais sindicais de 13 países reuniram-se com o presidente brasileiro para apresentar as reivindicações do movimento sindical mundial. “Lula e Obama são líderes sensíveis às causas dos trabalhadores e têm voz no G-20”, afirma.

Artur está nos Estados Unidos desde a terça-feira (22), para uma reunião mundial de centrais sindicais, que estão realizando encontros com presidentes e primeiros-ministros do G-20 para pressioná-los a encampar as bandeiras dos trabalhadores. “Já nos reunimos com os primeiros-ministros da Inglaterra e Alemanha, o presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e com o presidente norte-americano Barack Obama”, enumera.

“Nosso objetivo é transformar as reuniões entre ministros do Trabalho do G-20 em um espaço permanente de debate entre trabalhadores e empresários”, informa o sindicalista.

Compromisso mundial

O documento apresentado à Lula pede o compromisso dos líderes mundiais na criação de metas de emprego, regulamentação, fiscalização e controle social do sistema financeiro. De acordo com Artur, em diversos países, já se ouvem discursos de que a crise está no fim e a intervenção do Estado não é mais necessária. “Nós discordamos desse tipo de argumentação, porque sabemos que a crise não terminou”, avalia.

Segundo o sindicalista brasileiro, em muitos países ainda não há sinais de recuperação econômica sustentável. “O Brasil é uma exceção. Estados Unidos e Europa ainda enfrentam uma grave crise”, destaca. Dirigentes sindicais de todo o mundo, pediram a Lula que a geração de empregos se transforme em política de Estado”, pondera.

“Não queremos mais do mesmo. Já presenciamos a queda do muro de Berlim e agora do muro de Wal Street”, dispara Artur. “Queremos um novo modelo de desenvolvimento para o planeta, que passe por uma economia sustentável, inserida nas preocupações ambientais, entre outras questões”.

Segundo Artur, o presidente Lula se comprometeu a manter sua defesa do papel do Estado e a levar a plataforma dos trabalhadores para os líderes mundiais. Lula também concordou com os sindicalistas de que a crise mundial persiste em alguns países. “O presidente expressou mais uma vez sua posição de que a criação de empregos é fundamental para enfrentar a crise”, disse Artur.

Ainda nesta quinta, Artur se reúne com o primeiro-ministro da Austrália. “Temos convicção de que persiste a necessidade do papel do Estado. Este é o momento de debatermos mundialmente o modelo de desenvolvimento que queremos”, argumenta.