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Mulheres substituem absorventes por copinho coletor de silicone

Em dez anos, uma mulher usa até 15 mil absorventes. Utilização do coletor menstrual também contribui para o autoconhecimento

reprodução/TVT

Ecológicos, confortáveis, práticos e higiênicos, coletores menstruais de silicone são alternativa aos absorventes

São Paulo – Absorventes internos e externos não fazem mais parte da vida de muitas mulheres em vida fértil. Muitas mulheres estão substituindo os absorventes menstruais por um copinho coletor feito de silicone, conforme mostrou reportagem do Seu Jornal, da TVT, de ontem (18). A questão ambiental é um dos argumentos para a adoção cada vez maior da alternativa, que não é descartável. Além disso, o coletor trouxe à tona um outro tema que “vive no armário”: a importância do autoconhecimento da mulher.

Analu Coutinho, estudante, usa o modelo há três meses e afirma à reportagem que não teve nenhuma dificuldade de adaptação.

“É muito mais confortável, prático e higiênico. E, se você pôr na balança a quantidade de lixo que produz, em dez anos, sendo que com o coletor você não produz lixo nenhum…”, conta Analu.

A universitária Morena Selerges usa o coletor menstrual há nove meses. Ela descreve os absorventes tradicionais como incômodos, e que lhe causavam até alergia. Para ela a peça de silicone foi uma confortável surpresa.

“Parece que estou nos dias comuns, os absorventes dão a sensação de que o nosso fluxo é muito maior do que realmente é. Coisa que, com o copinho, você passa a enxergar que é uma quantidade ‘ok’, nada ‘do outro mundo'”, diz Morena.

Além do conforto, o meio ambiente também é uma questão levada em conta pelas que substituem o método convencional, já que em toda a vida fértil uma mulher pode usar entre 10 mil e 15 mil absorventes que, como não são biodegradáveis, demoram cerca de 100 anos para se decompor.

Segundo a reportagem de Jô Miyagui para o Seu Jornal, da TVT, o preço do coletor menstrual é de cerca de R$ 80, enquanto um pacote de absorventes descartáveis tem preços entre R$ 5 e R$ 15. Porém, por ser reutilizável, o custo da peça de silicone se recupera em menos de seis meses, com vida útil entre cinco e dez anos – é preciso ter cuidado com a higiene e a conservação do produto.

Na reportagem, a ginecologista Fernanda Pepicelli, dá dicas de como utilizar o coletor corretamente e mantê-lo em bom estado de conservação.

As duas jovens usuárias defendem ainda que o copinho é uma ferramenta importante para o conhecimento do próprio corpo.

“Existe um tabu muito grande, que advém da misoginia, em relação ao corpo feminino, de achar a vagina um lugar sujo, e que não deve ser tocado, não deve ser conhecido. Isso (o coletor) faz com que as mulheres percam o medo, se abram a essa possibilidade do toque, do autoconhecimento e, dessa forma, elas passam a enxergar o próprio corpo com outros olhos”, analisa a estudante Analu. “É questão de você aceitar o seu corpo, se aceitar enquanto mulher”, reitera Morena.

Analu faz o apelo para que as mulheres tentem. “É uma experiência pessoal muito transformadora e ‘revolucionária.'”

Confira a reportagem completa: