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Médico defende presença maciça de idosos às urnas para defender seus direitos

David Braga Junior, do Hospital do Servidor Público de SP, diz que medidas do governo Temer, como o congelamento do investimento público, e a reforma da Previdência, farão dos idosos suas primeiras vítimas

arquivo/EBC

Para médico, voto dos idosos deve considerar propostas contra medidas de restrição de gastos com saúde e aposentadorias

São Paulo – Para o médico do Hospital do Servidor Público David Braga Junior, as medidas propostas pelo governo Michel Temer, como, por exemplo, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela investimentos públicos por 20 anos, e a reforma da Previdência, vão fazer dos idosos as suas primeiras vítimas. Ele convoca os mais velhos, que não são obrigados a votar, a comparecerem às urnas no domingo (2) para votar contra os candidatos que apoiam tais medidas restritivas.

Braga Junior lembra que os rendimentos das aposentadorias têm impacto ainda maior na economia dos pequenos municípios. “Qualquer política restritiva em relação aos programas sociais é fatal para esses pequenos municípios”, afirma Braga à Rádio Brasil Atual, na manhã de hoje (30).

O especialista diz que a inflação dos produtos e serviços voltados aos idosos ficam sempre acima dos índices oficiais, sendo portanto mais prejudicados caso os vencimentos das aposentadorias sejam desvinculados do salário mínimo e reajustados apenas pela inflação. Ele teme um retorno às décadas de 1980 e 1990, quando as aposentadorias chegavam a valer a metade do salário mínimo.

Sobre a Previdência, Braga Junior também prevê cenário ruim, já que, com salários achatados, as contribuições tendem a cair na mesma proporção, fragilizando o sistema. Já sobre a saúde, o médico afirma que depende de políticas públicas que sejam levadas a sério e de longa permanência. Ele destacou conquistas do Sistema Único de Saúde (SUS), como a redução da mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida, mas afirmou que o sistema também corre riscos, se as políticas de assistência forem destruídas “por uma visão economicista de sociedade”.

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