Não acabou

Casos de covid-19 seguem com tendência de crescimento no Brasil

Boletim InfoGripe, da Fiocruz, indica tendência de crescimento em todo o país. Das complicações respiratórias, mais de 77% são por covid-19

Warley de Andrade/TV Brasil
Warley de Andrade/TV Brasil

São Paulo – Os casos de covid-19 seguem em trajetória de crescimento no Brasil. Enquanto cientistas analisam e sequenciam amostras de vírus para entender a nova onda de contágios e mortes, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) comprova a tendência. Boletim InfoGripe divulgado pela entidade nesta quata-feira (13) aponta para aumento nos casos na maior parte do país. Dado confirmado pela curva de novas vítimas e casos do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

A ascensão do vírus no país é evidenciado pelo aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Entre as 27 unidades da federação, 23 apresentam sinal de crescimento em longo prazo e quatro, estabilidade. Entre os vírus que provocam SRAG estão patógenos causadores da gripe comum, como o H3N2, a Influenza A, entre outros. Contudo, a covid-19 representa 77,6% de todas as complicações respiratórias virais registradas atualmente no Brasil.

De acordo com o Conass, as últimas 24 horas tiveram mais 72.224 casos de covid-19 e 380 mortes em decorrência da doença. Desde o início do surto, em março de 2020, o Brasil soma 674.482 mortes e 33.076.779 doentes, sem contar com ampla subnotificação. A média de vítimas está em 242 por dia. “Dados laboratoriais e por faixa etária mostram que o cenário de crescimento foi decorrente de aumento nos casos de covid-19. Apenas no Rio Grande do Sul se observou aumento significativo também nos casos positivos para Influenza (gripe) H3N2, embora em volume significativamente inferior àquele associado à covid-19”, informa a Fiocruz.

casos de covid-19
Números e casos de covid-19 em alta no Brasil. Fonte: Conass

Máscaras e vacinas

A epidemiologista Denise Garrett argumenta que o mundo está atento ao avanço da covid-19. “O governo americano ressalta a seriedade da nova onda das subvariantes da ômicron (BA.4, BA.5, e BA.2.75) – todas de alta transmissão e com maior escape de imunidade, levando a de hospitalizações e óbitos. Essa onda já está se instalando no Brasil”, afirma.

Ela completa reforçando a recomendação pela vacina e por medidas não farmacológicas eficientes. “Tome seu reforço vacinal. Use máscara”. Por fim, a pesquisadora defende o uso de máscares eficientes, sobretudo em ambientes fechados. “Com o surgimento de novas variantes altamente transmissíveis, além das três doses de vacina (ou quatro), usar uma boa máscara (N95/KN95) em lugares fechados, se tornou ainda mais importante.”

A vacinação segue essencial para evitar mortes, e doses de reforços seguem recomendadas pelos cientistas. Hoje, a maior parte do país aplica a segunda dose de reforço para maiores de 35 anos. Elas já se mostraram altamente eficazes para derrubar os casos no país e, especialmente, as mortes.

Além disso, o uso em massa e já com tempo considerável confirma as expectativas da ciência de que todos os imunizantes disponíveis são totalmente seguros. “Dados da farmacovigilância ativa até o momento dão conta de que 99,5% dos eventos relacionados às vacinas foram não graves, e nenhum dos eventos adversos graves foi classificado como relacionado ao uso da vacina”, explica a biomédica e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Mellanie Fontes-Dutra.

“As vacinas salvaram cerca de 20 milhões de vidas no mundo. No Brasil, são cerca de 700 mil a 880 mil vidas salvas no país graças à vacinação”, completa a pesquisadora, a partir de dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).